Superação: Conheça a história da pequena Eliza
Ela nasceu prematura e com muito amor e fé da família vem superando diagnósticos como o da paralisia cerebral.
Ser mãe, o sonho que quase todas as mulheres carregam desde a infância. E quando esse sonho que foi tão planejado se torna real, a alegria não pode ser expressa em palavras. Afinal de contas, ser mãe é um grande dom dado por Deus.
E foi assim que aconteceu na vida de Fabiele Ristau. A moradora de Luzerna, que atualmente tem 30 anos, conta que sempre sonhou em ser mãe, e que ela carregava consigo uma promessa, que quando se casasse, seu sonho se realizaria.
“Eu e meu esposo morávamos juntos, e quando decidimos casar, apesar de todas as situações vividas naquela época, meu coração estava radiante, pois acredito que toda mulher sonha em encontrar o amor da sua vida. Pois bem, chegando a data do casamento, percebi algo errado com meu corpo, mas achava que era por conta da ansiedade e nervosismo. O casamento passou e na segunda após o grande dia, começou os enjoos, o sono sem fim e nós brincávamos que era um bebê. No dia 10 de maio de 2017 fiz um teste de farmácia, e já apareceu os dois riscos. No dia seguinte eu e meu esposo decidimos fazer um exame de sangue para ter certeza, e deu 99% positivo”, diz.
O tão esperado sonho de menina em ser mãe estava se tornando real. E a alegria foi ainda maior quando o casal descobriu que seria uma menina e se chamaria Eliza. Mas, no dia 10 de Outubro de 2017 as coisas mudaram, e começou a luta para Fabi, segurar Eliza em seu ventre.
“Minha gestação foi tranquila, mas quando completei 28 semanas, começaram alguns sinais de que algo iria acontecer. Em meio as correrias dos dias não me importei muito, mas uma noite começaram as contrações. Durante a madrugada eu não conseguia dormir, falei para meu esposo e também liguei para minha mãe, que me disse para ir ao Hospital em Concórdia, onde fazia o acompanhamento, pois provavelmente eu estaria entrando em trabalho de parto”, relembra Fabi.
O nascimento
Às 05h da manhã o casal se deslocou até Concórdia. As contrações aconteciam a cada 15 minutos e ao chegar no Hospital, Fabiele já estava com 2,5cm de dilatação.
“Foram momentos que ficarão marcados para sempre. Todos ao meu redor estavam nervosos, eu estava tranquila, pois sabia que Deus estava conosco naquele momento, como sempre esteve desde o dia que descobri que habitava em mim uma vida. No meio da manhã do dia 11 de outubro de 2017, já estava com 5cm de dilatação, foi quando as enfermeiras começaram alguns procedimentos e após o almoço a bolsa estourou. Meu médico olhou pra mim e disse, “como pode estar tão tranquila? seu bebê vai nascer antes do tempo”. Somente respondi: eu creio no propósito de Deus para nós”.
O médico repassou as orientações e disse que talvez Eliza não chorasse e que não seria possível segurar ela no colo. “Fomos então para a sala de parto, a Eliza nasceu de parto normal e chorou, pude ver ela rapidinho porque ela não conseguia respirar e precisou ser levada direto para CTI neonatal. A entubaram e colocaram um aparelho para medir seus batimentos cardíacos. Nossa luta estava começando”.
Eliza nasceu frágil e pequena, com apenas 28 semanas, media apenas 35cm e pesava 1,125kg.
Ser mãe de prematuro não é fácil. No dia seguinte do seu nascimento, Fabi recebeu alta do hospital, mas a pequena Eliza precisou ficar. Mas, as coisas estavam andando bem, apenas uma semana após seu nascimento, ela já respirava com a ajuda de um equipamento, e na semana seguinte, sozinha. Nas primeiras semanas, as enfermeiras deixaram Fabi realizar o sonho de pegar sua filha nos braços pela primeira vez. “Foi um sentimento inexplicável, que senti naquele momento. Tinha minha filha em meus braços”.
Se passaram 15 dias do seu nascimento, então, deram alta da CTI para o berçário. E no berçário, mãe e filha podiam ficar pertinho.
Contudo, em um domingo, durante uma visita Eliza passou mal. “Quando peguei ela no colo, ela estava como mortinha, mole e o aparelho do coração só apitava. A tarde quando fomos ver ela novamente, ela havia voltado para a CTI, estava toda preta, entubada de novo, foi quando me desesperei, chorei e não acreditava no que estava acontecendo. Ela estava com apneia do sono. O pediatra nos explicou o que era, mas mesmo assim, não podia acreditar”, relembra emocionada.
Assim começou a luta da Eliza contra a doença. E depois de ir para a CTI três vezes e sair, os médicos mudaram o medicamento e Eliza finalmente ficou bem. “Foram os 42 dias mais angustiastes que vivi até hoje. A Eliza teve alta do hospital, foi para casa, e recebeu muito amor, carinho e atenção”.
O diagnóstico de paralisia cerebral
O tempo foi passando e Eliza estava crescendo, contudo, ela tinha dificuldades para sentar, brincar, dar os passos. Segundo o pediatra que atendia Eliza na época, era tudo normal pois Eliza era um bebê prematuro. Ao trocar de médico e após fazer alguns exames mais profundos, veio mais uma notícia difícil de ser recebida: Eliza foi diagnosticada com paralisia cerebral.
“Não foi fácil encarar essa nova fase. O médico havia dito que ela não iria falar, que iria ter muitas dificuldades. Então, ela começou a frequentar APAE e fazer muita fisioterapia. Deus é maravilhoso, com 1 ano e seis meses ela já falava, com quase dois anos começou a buscar os brinquedos que queria e a se rolar no chão. Eliza é nosso milagre”.
Hoje Eliza está com dois anos e quatro meses e a cada dia mais esperta e mais cheia de saúde. E os pais continuam enfrentando as dificuldades com alegria e sendo fortes, afinal de contas, a Eliza é a realização de um sonho e um grande presente.
“Todas as crianças são especiais, mas as que tem algum problema, são mais ainda, porque precisam de nós por inteiro para serem felizes e não levarem rancor pelo fato de serem assim. Deus coloca essas situações em nossas vidas para nos tornar mais fortes. Lembrar de tudo o que já vivemos é triste, mas sermos fortes para nossos pequenos faz toda a diferença para eles. Para mim, o segredo de tudo é Deus, ele me faz forte! Sabemos que a trajetória não é fácil, mas Deus tem grandes promessas na vida da Eliza e em breve ela vai estar caminhando e correndo por aí”, finaliza Fabiele.