Tornado que devastou Xanxerê completa 4 anos
Possibilidade de que o fenômeno se repita é mais forte nas regiões Oeste e Meio-Oeste, por isso a prevenção deve ser constante.
Há quatro anos Santa Catarina foi atingida por um tornado, que passou principalmente, pela cidade de Xanxerê.
No dia 20 de abril de 2015, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) precisou lidar com uma ocorrência de grandes proporções. O Estado, já conhecido por enfrentar eventos críticos de origem natural, foi atingido por um fenômeno por volta das 15h, com ventos que variaram entre 100 e 330km/h.
Para se ter ideia do estrago, ao menos cinco torres de energia, que suportavam ventos de até 200km/h desabaram, deixando parte do município sem energia elétrica. A força dos ventos arrancou telhados, derrubou postes e árvores, além de derrubar carros. Pelo menos uma casa foi arrastada pela ventania e o ginásio municipal desabou. Ao todo, mais de 2,6 mil casas foram danificadas, o número de desabrigados passou de 500 pessoas e de desalojados ultrapassou 4.200 pessoas. Quatro pessoas morreram e mais de 90 ficaram feridas. Números bastantes significativos e que indicam o quão severo foi o evento enfrentado na região, a época.
Para atuar na resposta do evento crítico, o CBMSC trabalhou principalmente na resposta ao mesmo, sob articulação principal em conjunto com a Defesa Civil do Estado, com o apoio municipal. Com diversas operações de busca, ajuda-humanitária, resgate, intervenções em áreas deslizadas, busca com cães e entre outros, assim como na recuperação após a resposta ao evento.
Formação de tornado
Tornado é um funil que se forma entre a base da nuvem e o solo, com ventos que seguem em rotação. Com a existência de frentes frias, são maiores as chances deste fenômeno acontecer. Diferente dos furacões, os tornados tendem a ser detectados apenas quando já estão ocorrendo.
“Santa Catarina é um Estado muito propício para a formação de tornados. Esta parte do Brasil é considerada a segunda região do mundo com mais probabilidade a incidência deste evento, ficando atrás apenas do sul dos Estados Unidos. Por isso o CBMSC está em constante treinamento e evolução para atender estas situações”, destaca o coronel BM Edupércio Pratts, Comandante-Geral do CBMSC.
Apesar de parecer novidade, pesquisadores já sabem deste fato, e alertam para a prevenção e mitigação a estes fenômenos, que tendem a ser mais fortes e mais frequentes em Santa Catarina, especialmente no Oeste e Meio-Oeste.
Principais dificuldades
Além das dificuldades inerentes à situação, a ação do CBMSC neste evento teve mais um dificultador: a comunicação. Com a falta de energia elétrica, quedas de torres de comunicação e demais complicadores, a comunicação ficou praticamente nula em uma grande área do Estado.
“Nós não tínhamos como nos comunicar por rádio, e nenhuma operadora de telefone indicava sinal para ligação, e tampouco internet. Foi difícil chamar reforços e outras forças-tarefas, devido à este complicador”. Comenta o Tenente-Coronel Walter Parizotto, que comandou as operações na época e hoje está a frente no comando do 14ºBatalhão de Bombeiros Militar, sediado em Xanxerê. O Ten Cel Parizotto comenta ainda que isto faz parte da atuação.
Forças-Tarefa também foram acionadas na ocasião
As Forças-Tarefa são equipes especializadas do CBMSC, compostas por 10 bombeiros militares, com cursos operacionais voltados a busca e resgate em situações extraordinárias. São 14 no Estado, que são empregadas quando a capacidade de atendimento local é ultrapassada em virtude de um evento crítico, ou de um desastre de origem tecnológica ou natural.
Em Santa Catarina as FTs existem oficialmente desde 2011, lançadas em solenidade na capital, e hoje, 8 anos depois, estão estruturadas e servem de referência para todo o país.