Veja novos detalhes de operação que resultou em prisão de advogados

Jornalista do portal O Globo divulgou novas informações.

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Foto: MPSC
Foto: MPSC

Novos detalhes da operação "Balthus", realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público de Santa Catarina, foram divulgados nesta semana pelo jornalista Ulisses Campbell, do portal O Globo. Na operação, dois advogados e uma professora foram presos por facilitação de contato entre presos e envolvimento com a facção criminosa.

Veja a seguir o que a reportagem diz sobre os investigados:

Na operação, foram detidos o advogado Alexandre Hilário Prazeres e sua esposa, a professora Camila Branco Sgaria, além da advogada Gabriela Cerino dos Santos. O trio é acusado pelo Ministério Público de organização criminosa e lavagem de dinheiro. Outra advogada está na mira do Gaeco pelas mesmas acusações, e teve o seu registro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SC) suspenso.

De acordo com Ministério Público, desde 2020, o advogado Alexandre Hilário visitou um líder de facção 38 vezes, número considerado alto. Segundo outros advogados fora do caso e que defendem traficantes condenados, a visita a esse tipo de cliente não chega a duas por ano. O criminoso foi condenado a mais 40 anos por tráfico de drogas, homicídio, latrocínio e sequestro. 

De acordo com o relatório do Ministério Público, numa das visitas suspeitas de Alexandre Hilário e da outra advogada à penitenciária onde o criminoso está preso, ocorrida em 25 de maio de 2021, eles teriam repassado um celular para um traficante, que entregaria ao criminoso, seu chefe. O traficante engoliu o aparelho assim que pegou das mãos dos “gravatas”. No entanto, ele foi obrigado a passar pelo scanner corporal, que apontou o aparelho escondido em seu estômago. Procurada, a defesa dos envolvidos não quis se manifestar sobre o caso.

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Conforme o MPSC, a esposa de Alexandre, Camila, movimentou nos anos de 2021 e 2022, R$ 2,8 milhões em sua conta bancária. Com o seu sigilo bancário quebrado, foi possível comprovar que ela fez vários depósitos na conta do pai do do líder de facção.

Ela também recebeu em sua conta corrente depósito em dinheiro de R$ 20 mil de um outro traficante, aumentando ainda mais as suspeitas contra ela. A investigação também identificou que Camila recebeu 31 depósitos não identificados, totalizando 44 mil reais num período de um ano. 

Segundo as investigações, Gabriela Cerino teria sido arregimentada por Alexandre Hilário. Os dois chegaram a montar um escritório de advocacia juntos em 2021, no município de Capinzal (SC). Apesar de Alexandre Hilário ser efetivamente o defensor do do líder de facção, foi Gabriela que passou a realizar as visitas para ele, seja presencial no parlatório ou virtualmente. Durante o ano de 2022, a advogada teve 14 audiências com o traficante. O que chamou a atenção dos investigadores do Gaeco é que ela não fez qualquer petição a favor do bandido nesse período.

“Eles usam da prerrogativa da advocacia para colher informações com um faccionado. Na sequência, os advogados difundem os recados, em verdadeira atividade de 'sintonia', para outros que estão presos e também para integrantes que estão em liberdade ”, diz o relatório do Ministério Público.

Leia a reportagem completa no portal O Globo clicando aqui.

Fonte:

O Globo

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