Dois vereadores de Abelardo Luz, no Oeste, foram presos em flagrante na noite desta segunda-feira após receberem R$ 27 mil em propina de uma empresária do ramo de combustíveis. O presidente da Câmara municipal Luiz Antonio Mignoni (PP) e Claudecir Sperotto (PMDB) foram surpreendidos por um esquema montado pela polícia e o Ministério Público e tiveram o dinheiro e um carro apreendidos.

Essa não seria a primeira vez que a dupla recebia dinheiro da empresária. Ela já teria pago outros R$ 8 mil a eles em troca da não aprovação de uma lei que muda o zoneamento da cidade e restringe a construção de novos postos de combustíveis. A mulher, que já tinha um posto e queria abrir outro, foi contatada pelos vereadores que pediram dinheiro para o projeto não ir adiante. A mulher denunciou o fato ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que junto à polícia armou o flagrante. As notas entregues aos vereadores eram todas marcadas e a dupla foi surpreendida quando já entrava no carro com o dinheiro. Segundo informações do Delegado de Polícia Civil de Abelardo Luz, Gustavo Oliveira Altemar, a empresária teria comunicado o Ministério Público (que através da força tarefa acionou o GAECO – Grupo de Apoio Especial ao Combate do crime organizado) de que havia sido procurada pelos vereadores, e que estes estavam exigindo o valor para derrubar o projeto do legislativo municipal. De acordo com as informações do Delegado, a vítima teria pago na última semana, o valor de R$ 8.000,00 aos vereadores, como entrada do pagamento. Na data de ontem, os vereadores novamente a procuraram para cobrar o valor restante combinado (R$ 27.000,00) o que configurou o crime. Depois que a vítima efetuou o pagamento, o GAECO, que já estava de sobreaviso, encontrou o valor em espécie e os dois vereadores foram conduzidos até a Delegacia de Polícia Civil, para que fosse realizado o auto de prisão em flagrante. “O dinheiro foi encontrado dentro do veiculo GOLF de propriedade do vereador Luis Antonio Mignoni, embaixo do banco do motorista. O valor era todo em espécie, notas de R$ 100,00 e R$ 50,00 e já tinha sido rastreado e fotografado antes de ser entregue aos vereadores”, assinalou o delegado. Ainda na noite de ontem, os dois vereadores foram encaminhados para o Presídio Regional de Xanxerê, onde permanecerão à disposição da justiça. Conforme o delegado, o crime é inafiançável e a pena varia de 2 a 8 anos de reclusão e multa. A nossa reportagem esteve em contato na Delegacia com os vereadores, porém os dois não quiseram se manifestar. Da mesma forma, o delegado ressaltou que os vereadores fizeram uso do direito constitucional, de permanecer em silêncio. Projeto foi rejeitado na noite de ontem Sem a presença dos dois vereadores, durante a Sessão Ordinária do Poder Legislativo, realizada na noite de ontem, o projeto foi rejeitado por 4 votos contrários (Armindo Andreis, Otílio da Câmara, Valdecir Luis Teston e Antônio Kleinebing), tendo 2 votos favoráveis (Márcia Silvana dos Santos e Marcil Pompeo da Silva). Presidiu a sessão o vice-presidente vereador Sebastião Vitt Cândido.