Uma pessoa bastante sorridente e sempre de bem com a vida. Foi assim que amigos descreveram Marcio Camargo, o caminhoneiro que morreu após ser baleado em um posto de combustível, na madrugada de terça-feira, dia 9, em São Paulo.

 Marcio tinha 38 anos, e há mais de 15 era motorista de carreta. Morador de Arabutã, no Oeste catarinense, ele tinha quatro filhos e já era avô. Marcio residia em Irani, também no Oeste, e havia se mudado para a cidade vizinha por causa da esposa, que é professora no município.

 Um dos grandes amigos do motorista, Lucas Berardo, contou ao Oeste Mais que conheceu Marcio há três anos. Ambos trabalhavam juntos, para a mesma empresa de Irani, transportando embalagens e portas para os quatro cantos do país.

 Mesmo estando em lugares diferentes, eles nunca deixavam de conversar pelo grupo de WhatsApp. Segundo Lucas, Marcio amava o que fazia. Foi com ajuda dele que Lucas perdeu o medo de viajar para o Rio de Janeiro, por conta dos crimes que sempre acompanhava nos noticiários. Na primeira vez em que foi para a "cidade maravilhosa”, esteve na companhia de Marcio.

 “O Marcio era um cara dez, sem palavras. Muito meu amigo”, comentou Lucas.

 Ambos passavam boa parte do tempo juntos quando não estavam trabalhando. Chamado pelos conhecidos de "Vera Verão", por fazer brincadeira e ser uma pessoa bastante alta, Marcio gostava bastante de tomar uma cervejinha e jogar sinuca na companhia dos amigos. 

Marcio Camargo estava bastante realizado por conta das conquistas. Segundo os amigos, ele havia adquirido recentemente um carro e a casa própria.

 “Ele alegrava a todos. Sempre dizia que deveríamos 'aproveita a vida ao máximo'. Uma pessoa com pensamento sempre de futuro, um excelente pofissional”, comentou um colega de trabalho.

O crime

 Marcio foi encontrado morto na madrugada de terça-feira, dia 9, caído a 20 metros da carreta que dirigia para trabalhar, no estacionamento do Auto Posto Gigio, em Atibaia (SP).

 Segundo o amigo Lucas, as primeiras informações que chegaram eram desencontradas. Mas logo foram informados de que Marcio havia sido baleado no peito. O motorista chegou a ser socorrido, mas morreu ao dar entrada no hospital.

Ele estava com a chave do veículo no bolso da calça, e a carreta estava fechada, descartando, de primeiro momento, que teria ocorrido um assalto. Mas a polícia investiga o caso.

 Lucas estava em Rio de Janeiro a trabalho quando soube da notícia da morte do amigo.

 “Estamos todos em choque”, lamentou.