Idoso fica 4 dias preso por engano

José Mendes da Rosa com 69 anos e sem ter praticado nenhum crime a sua vida inteira, ficou preso durante quatro dias no Presídio de Lages.

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José Mendes da Rosa com 69 anos e sem ter praticado nenhum crime a sua vida inteira, ficou preso durante quatro dias no Presídio de Lages. Tudo começou quando José decidiu arrumar os papéis para se aposentar. Ele descobriu que tinha uma pessoa que já estava aposentada, e recebendo o benefício com o seu nome. “Fui até a delegacia registrar o boletim de ocorrência, e depois de muito tempo fui liberado”, conta. Isso aconteceu há dois anos, e desde então ele não consegue se aposentar.

Há 15 dias, ele recebeu um documento pedindo para comparecer no fórum. “Expliquei para eles que estavam usando meu nome, mas não adiantou saí de lá preso. Não fui algemado e nem em viatura policial para o presídio. Mas não importa, fiquei preso quatro dias, sem dormir e comer direito, e convivendo com criminosos de verdade. Fiquei com medo, nunca fiz nada de errado, já estou velho e vou preso!”, desabafa. Quando foram fazer a ficha dele no presídio de Lages, descobriram através da foto que estava na identidade com seu nome no sistema, que outra pessoa estava usando seu nome. Pela foto, José identificou o seu irmão, Zezo Mendes da Rosa, que não vê há no mínimo quarenta anos. José também não conseguiu sacar seu FGTS, pois os R$ 3 mil que tinha de benefício, seu irmão sacou. Agora, José pretende processar o Estado, pela humilhação, sofrimento e medo que passou ao ser preso. “Quero processar, para isso não acontecer com mais ninguém. Você não tem ideia do que é ser preso, ainda mais na minha idade”, ressalta. José sabe que seu irmão mora em Água Doce, município de Santa Catarina, mas não sabe exatamente aonde. “Faz mais de 40 anos que não vejo ele. Meus documentos originais perdi, mas ele tem cópias de documentos com meu nome e tem uma extensa ficha criminal”, diz. Sua filha, Ivonete de Oliveira, diz que quando informaram que José estava preso, achou que a ligação era um trote. “Ele nunca fez nada de errado. Não acreditei, quando descobrimos a confusão, ficamos inconformados. Não vamos deixar que esta história termine assim. É um absurdo o que aconteceu, uma incompetência do juiz que expediu o mandado de prisão”, salienta. O juiz da Comarca de Bom Retiro, Mário Bianchini Filho, foi quem expediu a prisão de José. Ele não foi encontrado para falar sobre o assunto.

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