Município de Herval d'Oeste terá de indenizar mulher por sepultar corpo desconhecido em jazigo da família
Além da multa indenizatória, municipalidade deverá retirar ossada de terceiro do local.
Por decisão da Justiça de Santa Catarina, o município de Herval d'Oeste foi condenado a indenizar uma mulher que teve violado o jazigo familiar onde estão enterrados a filha e o marido dela. Os restos mortais de um terceiro foram sepultados no mesmo local, no cemitério do município.
De acordo com as informações do advogado da vítima, Bruno Martinazzo, o terreno foi adquirido em 1978, data em que a filha dela faleceu. Quatro décadas depois, em 2019, o marido dela também acabou morrendo e foi sepultado no mesmo local.
No entanto, dias após o ocorrido, ao visitar o túmulo, a mulher percebeu que no local estava também enterrado o corpo de uma outra pessoa, desconhecida para ela.
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Diante da violação do jazigo, a moradora de Herval buscou resolver o problema de forma extrajudicial, abrindo diálogo com a administração municipal, onde solicitou a retirada das ossadas.
O município, no entanto, negou o pedido e ofereceu o pagamento de R$ 1.582,93 como forma de reembolso pelo terreno. A oferta foi recebida como ofensa, por isso a vítima entrou com a ação judicial.
Na decisão proferida recentemente, o juiz entendeu que a autora da ação é proprietária do jazigo e que a administração municipal alegou superlotação no cemitério para enterrar o corpo do desconhecido na estrutura que é de propriedade dela, sendo de responsabilidade do poder público a organização da estrutura.
Com isso, o juiz determinou que a municipalidade retire os restos mortais desta outra pessoa do local em um prazo de 30 dias, tendo ainda que avisar a sua família. Além disso, condenou a administração ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 6.000, acrescido de juros retroativo ao período dos fatos.