Bitter Águia – Conheça a história de uma das bebidas mais tradicionais da região

São 91 anos de história do Bitter Águia. Para contar a trajetória da marca e os segredos desta bebida que leva ervas em sua composição, o Portal Éder Luiz foi até Capinzal, onde até hoje é feita a produção.

Mas, ao pesquisar o começo de tudo, se descobre que o Bitter Águia nasceu no Rio Grande do Sul. Segundo seu Álvaro Almir da Silva, proprietário da empresa e responsável atualmente por produzir a receita do Bitter, a fórmula foi inventada no RS e 10 anos após a sua fundação a fabricação começou a ser feita por seu fundador em Santa Catarina. Um documento de 1938, (veja abaixo) uma espécie de credencial de um dos vendedores, mostra que a produção era em Volta Grande/SC.

A origem do nome

Seu Álvaro conta que em relação ao nome Águia, existem duas histórias, uma que leva em conta o nome do criador do Bitter Águia, Aquilino, e a outra que por volta de 1928 uma águia teria aparecido no município gaúcho de Marcelino Ramos, provocando furor até ser abatida, empalhada e exposta em praça pública.

O certo é que o Bitter Águia foi fundado por Aquilino Francisco Simon, um gaúcho natural de Santa Cruz do Sul, que jovem ainda montou a primeira fábrica onde hoje é o município de Viadutos, também no RS.

"Tive a oportunidade de falar com uma filha dele. Ela revelou que a primeira fábrica queimou, foi quando ele se associou com um Bonato, de Joaçaba e montaram a Bitter Águia no município de Volta Grande, em Santa Catarina, com escritório em Marcelino Ramos/RS". Revela seu Álvaro.

A ida para Capinzal

Em 1970 a empresa Bitter Águia foi comprada pelo pai de Álvaro, seu Laco, como era conhecido, passando a ser produzido em Capinzal. Foi nesta época que seu Álvaro aprendeu a fórmula e passou a produzir a bebida.

"Quando a minha família comprou o Bitter Águia veio para produzir o seu Ivo Petri, que aprendeu a fazer a bebida com o seu Aquilino. Ele ficou aqui até 1983 e depois eu passei a fazer". Revela.

Um "santo remédio"

O Bitter Águia nasceu como um digestivo, por levar várias ervas em sua composição. Era uma bebida mais forte, que tinha açúcar. Essa fama de remédio se fortaleceu com atestados de médicos da época, que indicavam o uso aos seu pacientes e falavam das maravilhas que provocava no organismo, como é possível ver no documento abaixo e em outros na galeria ao final da reportagem.

"Sabemos até hoje que o Bitter, antes do almoço é estimulante e depois passa a ser um digestivo. Ele contém sete ervas, entre elas genciana, que está na composição da Olina, junto com Angélica, tem coentro, alcaçus, entre outras". Revela Álvaro.

Tradição, qualidade e uma receita que é guardada com muito cuidado pela família, assim o Bitter Águia vai conquistando seus consumidores e se preparando para o futuro, com o investimento em uma nova fábrica no município de Campos Novos. Mas, este é um assunto para outra reportagem que você vê em breve!

"É uma fórmula que eu e meus filhos sabemos. Passei minha vida inteira aqui dentro da fábrica e é uma satisfação, uma honra, poder passar isso a frente". Encerra seu Álvaro.