Caso do freezer – Júri popular de Claudia Tavares Hoeckler acontece nesta quinta em Capinzal
Caso do corpo ocultado em freezer em Lacerdópolis será julgado nesta quinta-feira, 28. Defesa e assistência de acusação se manifestam antes do júri.

Dois anos após um crime que chocou o Meio-Oeste catarinense, Capinzal viverá nesta quinta-feira (28) um dos julgamentos mais aguardados da última década. No banco dos réus estará Claudia Tavares Hoeckler, acusada de tirar a vida do marido, Valdemir Hoeckler, e esconder o corpo em um freezer. O caso, que abalou a pequena comunidade de Lacerdópolis em 2022, volta agora ao centro das atenções, trazendo à tona lembranças de dor, mistério e violência que marcaram a história recente da região.
O que dizem acusação e defesa
O advogado Álvaro Alexandre Xavier, que atua como assistente de acusação ao lado do Ministério Público, afirmou que os elementos reunidos são claros e demonstram a crueldade do crime:
“Com os elementos que nós temos, com as provas do fato que ocorreu e que a ré nitidamente premeditou e de forma cruel executou o crime, acreditamos que teremos sucesso porque as provas são bem claras”, disse.
Já a defesa de Claudia, representada pelo advogado Matheus Molin, pretende concentrar a argumentação na violência doméstica que a ré teria sofrido durante os 20 anos de convivência com Valdemir:
“Todos sabem que Claudia foi uma mulher que, durante o relacionamento, sofreu diversos tipos de violência doméstica. Queremos mostrar aos jurados que ela é uma sobrevivente de uma realidade preocupante, infelizmente comum em nosso país e também em Santa Catarina, que lidera os rankings de violência doméstica”, destacou em entrevista a Rádio Capinzal FM.
Relembre o caso
- Novembro de 2022 – Valdemir Hoeckler, de 52 anos, desaparece em Lacerdópolis. A esposa, Claudia Tavares Hoeckler, registra boletim de ocorrência relatando o sumiço.
- Dias depois – A Polícia encontra o corpo da vítima dentro de um freezer na residência do casal.
- Investigações – O Ministério Público aponta que Claudia teria dopado Valdemir, amarrado mãos e pés, asfixiado com uma sacola plástica e, em seguida, ocultado o corpo.
- Acusações formais – A ré foi pronunciada por homicídio duplamente qualificado (asfixia e recurso que impossibilitou defesa da vítima), ocultação de cadáver e falsidade ideológica.
- Impacto – O caso ganhou grande repercussão regional, pela forma como o corpo foi ocultado e pela gravidade das acusações.
Serviço do Júri
O júri popular terá início às 9h, na Câmara de Vereadores de Capinzal, com acesso restrito à capacidade do espaço. Parte das vagas será reservada às famílias da vítima e da ré; o restante ficará disponível ao público e à imprensa, mediante distribuição de senhas por ordem de chegada.
Entre as medidas determinadas pela Justiça estão: desligamento obrigatório de celulares, uso de detector de metais, revezamento da imprensa no salão, proibição de transmissões ao vivo e autorização apenas para fotografias que não identifiquem jurados ou testemunhas.
A Diretoria de Trânsito de Capinzal informou ainda que a Rua Alexandre Thomazzoni será interditada a partir da madrugada de quinta-feira, com acesso liberado apenas para autoridades policiais e imprensa.
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