Chapecoense: em Jogo contra a equipe do Nacional, luto dá lugar ao sentimento de que é preciso seguir em frente
Um novo lema, mais uma página virada.

Um novo lema, mais uma página virada. Ainda faltam outras, como o jogo de volta da final da Recopa, no dia 10 de maio, quando o time fará o trajeto interrompido pela queda do avião na tragédia que matou 19 jogadores da Chape e teve 71 mortos no total. Os retornos de Alan Ruschel, que disputou seu primeiro rachão na segunda-feira, e Neto serão outros capítulos.
Mas na noite desta terça-feira, na Arena Condá, definitivamente foi instituída a troca de lemas. Sai o #forçachape, entra o #prasemprechape, criado especialmente para o primeiro jogo da final da Recopa e que será usado a partir de agora. A hastag atingiu a liderança do Twitter Brasil e top 5 mundial durante a partida. Mais adequado impossível.
O clima de extremo luto e comoção de 30 de novembro de 2016, quando o estádio foi palco de homenagens aos mortos no dia que seria disputada a final da Copa Sul-Americana, é substituído gradativamente pela certeza de que é preciso seguir em frente.
Ainda existem lágrimas, evidente, mas os sorrisos voltaram, se multiplicam e ajudam a enxugar o pranto. Foi perceptível isso no jogo diante do Nacional, que teve crianças, mulheres, gente de todas as idades, a família Chape.
Neste 4 de abril de 2017, pouco mais de quatro meses depois da tragédia, a entrada em campo e o discurso embargado dos sobreviventes brasileiros – Neto, Alan Ruschel, Jackson Follman e o jornalista Rafael Henzel – foram o momento de maior emoção na histórica noite.
As palavras de Neto ao microfone no meio de campo merecem ser ouvidas, lidas, relidas, usadas como um mantra 'Não esperem um avião cair para dizer "eu te amo", para pedir perdão, para dar um abraço, para dar um beijo. Você tem a oportunidade todos os dias de fazer diferente, de fazer o amor'.
Durante toda a terça-feira, Chapecó viveu um dia para a história, com torcedores da Chape e do Nacional lado a lado desde as primeiras horas do dia até o momento do jogo. Homenagens proliferaram desde a chegada do time à cidade.
No que diz respeito ao jogo, Reinaldo, de pênalti, abriu o placar aos 23 minutos. Festa na Arena Condá. Aos 13 minutos do segundo tempo, Macnelly Torres empatou. E aí entrou em campo aquele componente que torna o futebol mais bonito: aplausos dos torcedores da Chape.
Aos 28 minutos, Luiz Otávio, de cabeça, selou a vitória. Mais festa. No segundo jogo da final, empate garante o título para a Chape. Nesta competição não existe o critério de gol “fora de casa”.
Depois do fim da partida, o encerramento com jogadores da Chape vendo a queima de fogos e um vídeo no telão, enquanto o estádio também assistia, em devoção. O locutor bem resumiu a mudança de clima do dia 30 de novembro para esse 4 de abril: “Hoje foi um dia de celebrar a vida. Pra sempre Chape!”
E, logo em seguida, sucessos das pistas de dança no alto-falante. O luto deu lugar à festa.
Fonte: Globo Esporte
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