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Coluna Brinda Brasil - Um grande vinho francês de R$ 70
Geral

Coluna Brinda Brasil – Chegou a temporada dos rosés!

Por Rodrigo Leitão A primavera começa neste fim de semana.

Éder Luiz

Éder Luiz

Coluna Brinda Brasil - Um grande vinho francês de R$ 70

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Por Rodrigo Leitão

A primavera começa neste fim de semana. Essa é a melhor estação do ano para saborear e harmonizar vinhos e espumantes roses, que devem ser servidos gelados. O vinho rosé deve ter o mesmo tratamento dos vinhos brancos para armazenagem e serviço. Eles são servidos gelados, entre 10 e 12 graus. Se você tiver adega climatizada, pode guardar os vinhos rosé lá, mas um dia antes de servir é sempre bom levar para a geladeira, porque aí esse rosé vai ficar no ponto. É um vinho que vai bem da entrada ao prato principal, mas se pensar em aperitivo o ideal é o espumante brut rosé. O vinho rosé pode ser bebido no happy hour, no lugar da cerveja, principalmente se estiver calor. Ele também é bom para acompanhar entradas, saladas com frutos do mar, com frios do tipo salames e presuntos e com frutas vermelhas. Mas você pode e deve usar o vinho rosé ou o espumante brut rosé como acompanhante de prato principal com peixes gordurosos, frutos do mar, paella e carnes magras grelhadas. Até no churrasco eles ficam muito bem como harmonização e têm a vantagem de não inchar como a cerveja faz... Bons vinhos rosés são feitos aqui no Brasil. E também chardonnays e espumantes de forma geral. Esses três vinhos deveriam ser as grandes apostas das vinícolas brasileiras. Entre os melhores vinhos rosés nacionais estão os catarinenses da Pericó e Villa Francioni,  e os da gúchaCaa Valduga: Amante, feito de malbec, e o Sangiovese & Barbera, inspirado nos tintos italianos. Já quanto aos espumantes, os apreciadores de Joaçaba não precisam procurar muito. Entre os melhores espumantes brasileiros estão produções da Villaggio Grando (Herciliópolis-Água Doce), da Santa Augusta (Videira), Sanjo e Villa Francioni (São Joaquim). São todos ótimos, com nível internacional e custam na faixa média de R$ 30. Na faixa de US$ 25 (ou R$ 53), dificilmente você vai encontrar um espumante estrangeiro à altura do nosso. E muitos dos nossos conseguem bater os franceses até 500 euros, nas degustações à cegas. Às claras os resultados são outros, principalmente pela reserva de mercado europeu. Na minha opinião, os melhores vinhos rosés do mundo são produzidos na região da Provence, na França. Os rótulos mais populares deles, classificados como vinhos médios, custam na faixa de 6 a 10 euros, lá. Aqui custam acima de R$ 60 nos restaurantes e cerca de R$ 40, nas lojas. E se for rosé da Provence, você pode beber sem medo. Mas isso é para vinho rosé, se for espumante ou champagne rosé, beba o brasileiro. É desnecessário, é fora de moda, desinformação mesmo beber espumante estrangeiro no Brasil. Nós produzimos, na média dos sabores e do custo-benefício, um dos três melhores espumantes do mundo. Não gaste seu dinheiro com espumante argentino ou chileno. Beba o brasileiro, que é muito melhor que o deles. Melhor que os nossos só as cavas espanholas de top padrão ou champagne Francês ou espumantes italianos com denominação de origem Franciacorta, todos acima de R$ 250 reais (preço de loja!). Fora isso, beba o brasileiro, se não quiser pagar mico. E olha que na faixa de 500 euros eu ainda aposto em uns quatro rótulos nacionais capazes de desbancar os franceses: Cave Geisse, Adolfo Lona, Maria Valduga e Valontano. Como é feito o vinho rose? Explicando de forma bem simples, o que dá cor ao vinho é a casca. Quanto mais tempo o mosto, que é o suco da polpa do vinho (que é branca), ficar em contato com a casca, mais cor ele vai ter. Isso se chama maceração e juntamente com o processo de fermentação, não pode passar de 6 dias, para se conseguir um bom vinho tinto. No rosé, dura de 6 a 20 horas, em média, se você for fazer o vinho rosé com uva tinta e um vinho autêntico. Outra forma de fazer é misturar dosagens de vinho tinto em vinhos brancos feitos de uvas tintas. Mas o mais apropriado é o primeiro processo. É por isso que nos rosés em contato por mais tempo com a casca da uva, a gente  consegue até perceber taninos leves. Mas isso não é importante, porque assim como espumantes e vinhos brancos, o que classifica um bom rosé e a sua acidez. Tin-tin!

Rodrigo Leitão, especialista em enogastronomia.

O colunista dedica-se há três décadas ao jornalismo e já passou por redações como O Globo, Jornal de Brasília, TV Brasília, TV Band e Rádio Band News FM, em Brasília onde atua no segmento de comunicação e eventos. Rodrigo Leitão organiza anualmente o Brinda Brasil – Salão do Espumante de Brasília, o maior encontro nacional exclusivamente com produtores de espumantes. Ele já atuou nas áreas de Economia, Política, Internacional, Cultura e Saúde, onde conquistou vários prêmios.


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