Crianças estressadas: saiba até que ponto atividades extra escolares ajudam e quando podem atrapalhar
Crianças estressadas: saiba até que ponto atividades extra escolares ajudam e quando podem atrapalhar

Consultamos uma psicóloga para nos orientar sobre quais atividades extra escolares são as mais indicadas para cada faixa etária
Atualmente, grande parte das crianças tem seus dias completamente ocupados por inúmeras tarefas que incluem aulas de inglês, violão, balé, natação entre outras. Porém, até que pondo a carga excessiva de atividades pode auxiliar e em que momento pode ser prejudicial? Para responder essa questão, procuramos a Psicóloga clínica Karise Fátima Woiciechoski. Segundo Karise, as atividades extras geralmente ajudam a desenvolver o senso de responsabilidade e organização da criança, além de promover a socialização e o acesso a atividades não desenvolvidas na escola. Um dos cuidados que devem ser tomados pelos pais é que tipo de atividade é indicada para cada faixa etária. Faixa etária e atividades extras De acordo com a psicóloga, até os dois anos, atividades extras não são indicadas. Entre três e cinco anos, o ideal são atividades lúdicas que auxiliam na expressão de sua fantasia, própria da idade. O uso da música e a contação de histórias são indicadas e a natação se for o caso de uma atividade física. Entre os seis e os 11 anos, momento em que as tarefas da escola exigem mais dos pequenos, é preciso ter cuidado para não sobrecarregá-los. Atividades em grupo como inglês, judô e futebol, auxiliam no desenvolvimento. A partir dos 12 anos, os adolescentes já desenvolveram a capacidade de se organizarem e uma boa dica é deixá-los livres para experimentarem algumas atividades e optarem por aquela que mais gostam, mas sem exageros. Na maioria das vezes a exigência de que os filhos realizem atividades extras é um desejo dos pais de que eles estejam bem preparados para o futuro. Em outros casos, essa sobrecarga simplesmente é consequência de pais que procuram nas atividades, uma forma de ocupar as crianças, já que não possuem alternativas de onde deixá-las enquanto não estão na escola. Atividades para meninos e meninas Outra dica da psicóloga é aliar as atividades extras com brincadeiras e até deixar que as crianças tenham um tempo para não fazerem nada. Também é importante prestar atenção para não exigir que elas desempenhem atividades que vão além da sua maturidade. Muitas vezes as atividades extras acabam sendo escolhas e desejos dos próprios pais e não das crianças. Na maioria das vezes a mãe sonha que a menina seja uma bailarina e o pai matricula o filho em uma escolinha de futebol. Independentemente da idade, é necessário que a escolha seja da criança e não dos pais e o número de atividades extras seja no máximo três. Conciliar atividades físicas e intelectuais como um curso de informática e dança, administrando o que ela quer com o que é possível, também é recomendado. Se ela, por exemplo, se interessa por natação, balé e judô, pode-se orientá-la para escolher uma das atividades. Consequências do excesso de atividades Karise faz um alerta. “Quando sobrecarregada, a criança reage de forma parecida com o adulto, desencadeando um quadro de estresse. Se o organismo estressado tenta se adaptar à sobrecarga e não consegue, o estresse pode evoluir para complicações maiores como depressão e transtornos de ansiedade”, explica. A psicóloga também informou quais manifestações que podem ajudar os pais a identificarem se a criança está estressada. Entre as não verbais manifestadas, Karise descreve as queixas psicossomáticas como dores de cabeça, estômago, febre e vômito, queda no desempenho escolar, choro frequente, apatia, ansiedade elevada com falas que manifestem preocupações com o tempo, desempenho ou problemas futuros, roer unhas, medos excessivos, alterações no sono ou alimentação, alterações de humor como tristeza, irritabilidade, agressividade, regressões no comportamento (xixi na cama, fala infantilizada, ranger os dentes, gagueira). Nesse momento é melhor parar com as atividades ou escutar as crianças, saber delas se estão gostando, se querem continuar, optar por outras tarefas ou diminuir a carga de ocupações.
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