Especialistas debateram em Joaçaba o direito do cidadão portar armas de fogo
Em pé, sentado confortavelmente, apoiado na parede, agachado no corredor.
Em pé, sentado confortavelmente, apoiado na parede, agachado no corredor. Do jeito que dava, o púbico compareceu em peso no bate-papo sobre o desarmamento. O evento, que ocorreu na noite desta segunda-feira (13), reuniu cerca de 800 pessoas no auditório Afonso Dresch, da Unoesc Joaçaba, e foi transmitido ao vivo, pelo Facebook, atingindo 15 mil visualizações.
Para apresentar dados estatísticos sobre o tema, além do juiz da Vara Criminal de Joaçaba, doutor Márcio Umberto Bragaglia, estiveram presentes o deputado federal Eduardo Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro e o instrutor nacional e internacional de armamento e tiro Tony Eduardo de Lima e Silva Hoerhann.
Os participantes, que defendem o direito ao porte de armas de fogo, esclareceram, ao longo da discussão, tópicos polêmicos que envolvem o assunto. Entre os temas, estavam: aumento de homicídios; acidentes domésticos com armas de fogo e crianças; “gun free zone” (áreas livres de armas); reagir ou não reagir a assaltos.
O deputado Eduardo Bolsonaro relata que antes do desarmamento, em 1980, foram registrados, em números oficiais, oito mil homicídios. Levando em consideração que a população brasileira dobrou de tamanho, hoje eram para ser registrados 16 mil homicídios, porém o número de casos está em 59 mil. Além disso, conforme o instrutor de tiro Tony Eduardo, a polícia brasileira não está armada corretamente.
— Eles utilizam uma arma ineficiente, que falha e quebra. Na academia de polícia em Oklahoma (EUA), onde eu treino, é proibida a entrada da fabricante brasileira, porque é considerada uma arma insegura — comenta Tony.
O vereador Carlos Bolsonaro menciona que no Rio de Janeiro quando se fala da possibilidade de armar a guarda municipal, o prefeito não discute o assunto e coloca a guarda no enfretamento das praças. Para ele, fora o problema material das armas, o lado moral e político, esses homens ainda são sacrificados em nome de uma política partidária. Segundo o doutor Márcio Umberto Bragaglia, as classes armadas estão extremamente seguras e protegidas, quem não está seguro é o povo. E é do povo, que tem que vir a pressão.
— O direito à arma é para todos. Defendo que se estabeleça o porte de armas como regra geral para as pessoas que têm condições psicológicas, examinadas em procedimentos simples — destaca o juiz Bragaglia.
Tony Eduardo menciona que nos EUA, o índice de mortes acidentais com armas de fogo envolvendo crianças é tão irrisório, que não vira ponto estatístico, não chega a 1%, e é ignorado das mortes com crianças. Neste país, o que mais mata é a falta de cuidado com a piscina e em segundo lugar a bicicleta.
— No Brasil, conforme dados do Ministério da Saúde, na relação das causas que matam crianças acidentalmente, a arma de fogo está em 7º lugar, com 0,7% — cita o deputado Eduardo Bolsonaro.
O evento foi organizado pelo doutor Márcio Umberto Bragaglia, juiz da Vara Criminal de Joaçaba, em parceria com o curso de Direito da Unoesc Joaçaba. O professor do curso, Roni Edson Fabro, fez as mediações durante o painel.
Em outubro de 2015 Tony Eduardo esteve em Joaçaba e falou sobre desarmamento. Relembre no vídeo a entrevista concedida na época ao Portal Éder Luiz.
Fonte: Dhébora Santiago – Unoesc
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