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“Eu vou pular”, trabalhadores vivem momentos de pânico em andaime durante temporal

"Eu vou pular", trabalhadores vivem momentos de pânico em andaime durante temporal

Éder Luiz

Éder Luiz

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O temporal ainda parecia distante no horizonte quando os operários da construção civil Alex Sandro da Silva, 25 anos, e Cristian Zander Dutra, 24, rebocavam a parede do sexto andar no prédio do Ministério Público Federal (MPF), na Avenida Júlio de Castilhos, centro de Porto Alegre, na tarde da última sexta-feira (9). Por segurança, os colegas decidiram interromper o serviço, erguer o jaú (andaime) para guardá-lo no topo do edifício e fazer a pausa do café. Na altura do nono andar, teve início o pesadelo, gravado em um vídeo que viralizou nas redes sociais.

Passava das 16h quando uma forte rajada de vento fez com que o equipamento girasse duas vezes, trançando os cabos que o mantinham suspenso e impossibilitando que os funcionários o movessem para cima ou para baixo. — Aí fechou o tempo. Começou a piorar, piorar. Começamos a voar. Eu fiz muita força — recorda Alex, morador de São Leopoldo, que sofreu escoriações leves e reclamava de dores nos braços na tarde deste sábado (10), durante a entrevista a GaúchaZH. A tempestade avançou rápido e com violência, e pelos minutos seguintes os dois trabalhadores fizeram o possível para tentar estabilizar o andaime e assegurar sua sobrevivência. Funcionários da Construtec, ambos usavam acessórios de segurança — cinto, capacete, óculos e luvas —, alguns arrancados pelo vento. Eles se seguravam em uma corda e em um duto utilizado para descarregar a sujeira da obra até o chão. Alex pedia calma ao colega, paralisado de horror. — Cristian, olha para mim, Cristian! Calma, pelo amor de Deus! Segura na corda! Eu não vou largar. Pode deixar que eu não vou largar, vou fazer toda a força! — Pelo amor de Deus, cara, não solta! — implorava Cristian. Alex rezava, rogando para que pudesse ver o filho, Rennan Augusto, de um ano e cinco meses, pelo menos mais uma vez. "Nós dois apavorados não vai dar certo. Eu não vou conseguir raciocinar", pensou. Cristian pedia perdão a Deus e proteção a sua família e a seus amigos. — Senti que tinha acabado o mundo para mim. Achei que tinha chegado minha hora. Achei que ia morrer — lembrou Cristian, de Canoas, que teve arranhões e sente dores no peito. Fonte: Diário Catarinense com informações e vídeo Zero Hora.


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