Influenciador de Capinzal e companheira são presos novamente no Rio Grande do Sul
Prisão ocorreu porque eles descumpriram ordem judicial.

O casal de influenciadores digitais Gladison Pieri e Pâmela Pavão foi preso, nesta quarta-feira (4), por descumprimento de ordem judicial, conforme a Polícia Civil. A prisão preventiva aconteceu em Canoas, Região Metropolitana de Porto Alegre. Ele é de Capinzal, no Meio-Oeste catarinense.
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A defesa do casal informa que "ficou surpresa com a decretação da prisão, tendo em vista que já havia promoção de arquivamento parcial de alguns delitos e possiblidade de acordo". Segundo a apuração policial, o casal vinha desrespeitando decisões judiciais desde a deflagração da operação, em 2024.
Eles chegaram a ser presos anteriormente, durante investigação policial, que descobriu que a dupla sorteava casas, apartamentos, motocicletas, motos aquáticas, dinheiro, carros e procedimentos estéticos por meio de rifas na Internet, o que é ilegal. Os dois respondem pelos crimes de exploração de jogos de azar e lavagem de dinheiro.
Acordo para não ser processado
O casal aceitou fazer um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) com o Ministério Público (MP) para não ser processado.
O ANPP é um acordo entre o MP e uma pessoa investigada para evitar o processo judicial: uma alternativa ao processo penal tradicional que é aplicada em casos de crimes menos graves, quando "não houve violência ou grave ameaça" e a pena é inferior a quatro anos de prisão.
O acordo é celebrado antes do início da ação penal e só passa a valer após avaliação de um juiz.
O esquema
Conforme a legislação brasileira, rifas virtuais são ilegais. Exceto caso haja uma autorização expressa do Ministério da Fazenda, todo e qualquer tipo de sorteio, seja envolvendo rifa ou qualquer outro jogo de azar, é tido como um "ato ilícito". Geralmente, há permissão para causas filantrópicas, mas apenas de prêmio e brindes – não de dinheiro. Além disso, a investigação policial aponta que, até 2023, o dinheiro pago pelo público interessado nas rifas ia direto para as contas do casal, o que é irregular.
A partir de 2024, a dupla teria contratado uma "empresa de título de capitalização". Só que, por lei, os títulos precisavam estar vinculados a uma entidade beneficente, explica a Polícia Civil. O casal teria tentado dar legitimidade ao esquema ao associar as rifas a uma empresa de títulos de capitalização.
O sistema adotado teria sido o "filantropia premiável", em que parte da arrecadação das rifas deveria ser destinada a uma instituição social. No papel, 33,4% do valor arrecadado iria para uma ONG. No entanto, a investigação apontou que o projeto recebia apenas 2,4%, enquanto o restante voltava para os influenciadores, por meio de contratos de publicidade.
"Para nossa surpresa, a empresa capitalizadora, que é a maior especialista no assunto dentre todas as partes envolvidas, protagonizou a negociação que terminou por deixar apenas 2,4%, ao invés de 33,4% do faturamento bruto com as rifas para a filantropia", afirma o delegado Filipe Bringhenti.
Por fim, a polícia aponta para a prática do crime de lavagem de dinheiro. Os valores arrecadados com as rifas, segundo a investigação, seriam misturados com o faturamento de empresas do casal, voltadas à prestação de serviços e também à venda de produtos paralelos.
Nota da defesa
"A defesa ficou surpresa com a decretação da prisão, tendo em vista que já havia promoção de arquivamento parcial de alguns delitos e possiblidade de acordo. Como não tivemos acesso aos documentos vamos aguardar para uma análise do que motivou essa decisão."
Fonte: G1 RS
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