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Homem que matou a ex-mulher é condenado
Geral

Julgamento em Capinzal é retomado. Confira os depoimentos

Começou na manhã desta sexta-feira, 01, o júri de Márcio César dos Santos (Baiano), 35 anos, na Câmara de Vereadores de Capinzal.

Éder Luiz

Éder Luiz

Homem que matou a ex-mulher é condenado

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Começou na manhã desta sexta-feira, 01, o júri de Márcio César dos Santos (Baiano), 35 anos, na Câmara de Vereadores de Capinzal. Ele responde a processo por homicídio duplamente qualificado e tentativa de homicídio duplamente qualificado em um acidente de trânsito que teria provocado. Na ocasião morreu Edenara Maria Mascarello dos Santos, 33 anos, e ficou ferida Elizeldes Inês Mascarello Farínea, de 44 anos. O acidente ocorreu em dezembro de 2012. 

Sete jurados foram sorteados, sendo sete homens. O júri é presidido por Rubens Ribeiro da Silva Neto, promotor de Justiça Elias Albino de Medeiros Sobrinho. Na defesa do réu os advogados Éber Marcelo Bündchen e Valmor Weisshaimer. O plenário ficou lotado de pessoas que foram acompanhar os trabalhos. 

Após uma pausa por volta das 14h o júri foi retomado às 15h. Acompanhe em tempo real em nossa página do Facebook. O repórter Michel Teixeira trás todas as informações: http://www.facebook.com/ederluizreporter?ref=hl

Leia o relato dos depoimentos pela manhã 

Uma amiga e colega de trabalho de Edenara no setor de vacinas da secretaria de Saúde de Capinzal prestou depoimento. Chorando bastante enalteceu as virtudes da amiga. Disse que, assim que ficou sabendo da situação se agravando entre o casal, pediu telefone de familiares dela para eventual necessidade. Edenara escreveu uma carta dizendo que, se algo acontecesse com ela, a culpa seria de Márcio. A colega orientou Edenara a ir embora, mas ouviu a negativa sob o argumento de que Edenara precisava do trabalho para viver. A colega ficou com a carta escrita pela vítima, que havia registrado Boletim de Ocorrência na polícia contra Márcio. A carta foi lida pela amiga na mesma manhã do acidente que tirou a vida de Edenara. No dia anterior a morte da vítima ela recebeu uma mensagem via celular onde Edenara dizia que havia sido estuprada pelo ex-marido. Relatou que Márcio ia até o trabalho de Edenara ameaçá-la. Disse que Edenara, mesmo sofrendo e com raiva de Márcio, não iria em hipótese alguma tirar o direito de pai do companheiro. Destacou que foi ameaçada no trabalho por um desconhecido dizendo que “para quem mata um é fácil matar outro”. Afirmou temer pela própria vida e do filho por ser testemunha de acusação. “Estou em Jc (sic). Marcio seguiu até a saída do Ouro, está com a mãe”, mensagem via celular recebida pela amiga momentos antes do acidente, quando Edenara estava em Joaçaba para fazer exame de corpo de delito do suposto estupro. Finalizou dizendo que Edenara relatou que Márcio ora ameaçava matar a ex-mulher e em seguida se matar e deixar a filha com a avó, ora ameaçava matar Edenara e fugir com a filha do casal.

Consumo de cocaína em Joaçaba antes do dia do crime

Testemunha (presidiário) disse que na madrugada do dia do acidente estava acompanhado de Márcio em uma boate em Joaçaba na Cidade Alta, próximo ao terminal rodoviário. Que cada um foi com seu carro, e que logo depois foram à outra boate. Que consumiram grande quantidade de bebida alcoólica e usaram cocaína – que compraram em uma das boates. Disse que não conhecia intimamente o réu, apenas que frequentava o bar dele em Capinzal. Relatou que a “festa” terminou por volta das 5h30 em um bar no trevo de acesso a Lacerdópolis, quando Márcio lembrou que teria que buscar a mãe na rodoviária de Joaçaba. A testemunha, então, retornou a Capinzal. Por fim, informou que soube da tragédia somente por volta do meio-dia. A testemunha está presa em Joaçaba por tráfico de drogas e disse ter ficado em cela separada do réu.

Ex-funcionário do réu presta depoimento

Testemunha na qualidade de informante, funcionário do réu de 17 anos, disse que trabalhava com Márcio há um ano. Considerou-o ótimo patrão, excelente pai e que não falava sobre a vida pessoal. Relatou que Edenara ia poucas vezes no bar. Em uma delas teria chegado exaltada, ofendendo outra funcionária que, suspeitava, tivesse um caso amoroso com o réu. Segundo o informante, Edenara teria tentado pegar uma faca para agredir a funcionária. Finalizou dizendo que presenciou a discussão e ouviu as manifestações, e ainda, que nunca viu Márcio embriagado e não sabia se ele usava drogas. 

Mãe do réu

A mãe do réu morava em Porto Alegre/RS na época dos fatos e agora está em Capinzal. Disse que fazia três meses que não se encontrava com o filho. Relatou que quando foi chamada para vir a Capinzal embarcou no mesmo dia. Seria para cuidar da neta já que seria o último dia de aula dela e não tinha com quem ficar. Que chegou a Joaçaba por volta das 6h. Márcio a esperava de cabeça baixa. Que tanto o réu quanto a nora sabiam que ela viria para Capinzal. Salientou que o casal conviveu por 12 anos e que estava separado há pelo menos três meses. Lembrou que no trajeto entre Joaçaba e Capinzal encontrou Edenara se deslocando a Joaçaba. Afirmou que a parada foi no instante em que estavam em sentidos opostos, e que somente depois foram todos no mesmo sentido (Joaçaba).

Relatou, aos prantos, que o casal Márcio e Edenara morou na casa dela em Porto Alegre por quatro anos antes de se mudar para Capinzal. Finalizou os questionamentos da defesa do réu afirmando que o que houve foi um acidente (sem dolo). Garante que sente saudade de Edenara. 

Réu é interrogado pelo juiz

O réu, Márcio César dos Santos (Baiano) foi interrogado pelo juiz Rubens Ribeiro da Silva Neto no começo da tarde. O plenário permanecia cheio. Sete policiais militares na segurança do local.

Baiano admitiu ter usado cocaína no dia fatídico. Em alguns momentos caiu em contradição nas indagações do magistrado. Disse que a colisão do Golf que dirigia com o Uno da ex-mulher ocorreu porque o celular de Baiano teria caído dentro do carro quando estaria tentando ligar para ela e se abaixou para ajuntá-lo. No momento a Promotoria faz os questionamentos e também encontrou contradições em algumas versões do réu. Baiano também argumentou que foi levado por um conhecido chamado Sandro que o tirou do local do acidente em 14 de dezembro de 2012.


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