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Imagem do para-brisa do ônibus que atingiu a vítima. (Arquivo)
Capinzal

Justiça absolve motorista acusado de homicídio culposo após atropelamento em Capinzal

Sentença reconhece falta de provas e aponta más condições da rodovia como fator determinante para o acidente que aconteceu em 2022.

Éder Luiz

Éder Luiz

Imagem do para-brisa do ônibus que atingiu a vítima. (Arquivo)

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A Justiça da Comarca de Capinzal absolveu, nesta segunda-feira (9), o motorista Clair Lorenzetti da acusação de homicídio culposo na direção de veículo automotor. O caso, que teve grande repercussão no Meio-Oeste catarinense, se refere ao atropelamento que causou a morte de Valdoir Guimarães, em 19 de março de 2022, na SC-150.

Clair dirigia um micro-ônibus da empresa Transportes Coletivos Zarpelon quando, ao tentar desviar de um buraco na rodovia, se deparou com um carro em ultrapassagem e, ao retornar para a pista, acabou atingindo a vítima, que caminhava próximo à via.

Durante a fase de instrução, testemunhas relataram que o motorista conduzia o veículo em velocidade normal, estava sóbrio e permaneceu no local até ser retirado por segurança, após a chegada de familiares da vítima. Passageiras do ônibus afirmaram que a vítima teria invadido a pista de forma repentina, o que dificultou qualquer reação do motorista.

A sentença da 2ª Vara de Capinzal destacou que não houve imprudência por parte do réu e que o estado precário da rodovia — com buracos, ausência de sinalização e acostamento — foi determinante para o acidente. O juiz também criticou a ausência de perícia técnica e de croqui do local, elementos que poderiam esclarecer a dinâmica dos fatos, mas não foram realizados pelas autoridades competentes.

O Ministério Público, após a análise das provas, também havia se manifestado pela absolvição do réu em suas alegações finais, corroborando a tese da defesa, que sustentou que o acidente foi uma fatalidade e não um ato criminoso.

O advogado João Vitor Rusky Miquelão, do Escritório Rusky, Antes e Bittencourt, que defendeu o motorista na ação, falou ao Éder Luiz Notícias sobre como a defesa atuou.

"Nós assumimos o caso e verificamos a alta complexidade, então buscamos nos dedicar ao máximo durante esse lapso temporal e conseguimos obter provas para comprovar a real dinâmica dos fatos e, consequentemente, a inocência do nosso cliente. A situação infelizmente foi uma fatalidade para todos os envolvidos".

Com a decisão, Clair Lorenzetti foi absolvido com base na ausência de provas suficientes para uma condenação. O caso encerra um capítulo doloroso para todos os envolvidos, mas serve de alerta sobre a urgente necessidade de melhorias na infraestrutura viária da região.


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