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Médico acusado de provocar a morte de três pacientes está sendo julgado em Joaçaba

Começou por volta das 9h da manhã desta sexta-feira, 28, os trabalhos do Tribunal do Júri no caso em que é réu o médico Denis...

Éder Luiz

Éder Luiz

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Começou por volta das 9h da manhã desta sexta-feira, 28, os trabalhos do Tribunal do Júri no caso em que é réu o médico Denis Conci Braga. A sessão está sendo realizada no salão de júris do Fórum da Comarca de Joaçaba.

Denis Conci Braga é julgado pela morte de três pacientes que aconteceram durante exames de endoscopia realizados em uma clínica de sua propriedade, em Joaçaba, no ano de 2010.

Durante os exames de endoscopia morreram Maria Rosa dos Santos, de 57 anos, Santa Aparecida Sipp, de 62 anos e Iara Penteado, de 15 anos. Outras cinco pessoas passaram mal após os exames e foram internadas, mas se recuperaram. Na época o médico foi preso preventivamente, mas pagou fiança de R$ 2,5 mil e desde então responde o processo em liberdade.

Os trabalhos iniciaram com o sorteio dos jurados, o júri será formado por 4 mulheres e três homens. Preside os trabalhos do Tribunal do Júri o Juiz Márcio Humberto Bragaglia, na acusação o promotor Flávio Hoff. Na defesa o advogado Cláudio Gastão Filho.

Pela manhã serão ouvidas testemunhas de acusação e o médico, ficando as testemunhas de defesa para a tarde e demais explanações do Ministério Público e Defesa.

Familiares das vítimas estão presentes, os de Iara Penteado usam camisetas que lembram a menina que foi uma das vítimas.

Relembre

Segundo consta no processo, na manhã do dia 14 de maio de 2010, o denunciado Denis Conci Braga iniciou os procedimentos de endoscopia que estavam agendados. Ao atender os primeiros pacientes, seguindo o protocolo adequado, borrifou doses de lidocaína em spray na garganta dos pacientes, que perceberam que o medicamento estava terminando, pois o médico agitou o frasco várias vezes antes da aplicação.

Terminado o conteúdo do frasco, o médico começou a utilizar uma solução aquosa de lidocaína, em concentração totalmente inadequada, e solicitou aos pacientes atendidos posteriormente que fizessem um gargarejo e depois engolissem o medicamento. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) proíbe, em todo país, a forma líquida (solução oral) para uso interno do medicamento lidocaína. Em razão da alta concentração de lidocaína ministrada, três pacientes morreram por intoxicação, dois deles ainda no interior da clínica médica. Outros dois pacientes também foram intoxicados e sobreviveram, enfrentando diversas complicações.

Durante os exames de endoscopia morreram Maria Rosa dos Santos, de 57 anos, Santa Aparecida Sipp, de 62 anos e Iara Penteado, de 15 anos. Outras cinco pessoas passaram mal após os exames e foram internadas, mas se recuperaram. Na época o médico foi preso preventivamente, mas pagou fiança de R$ 2,5 mil e desde então responde o processo em liberdade.

Segundo a denúncia do Ministério Público, a clínica médica de propriedade do denunciado possuía alvará apenas para a atividade de consultório e não havia infraestrutura adequada para a realização de exames de endoscopia. Além disso, a secretária do médico, sem qualquer formação na área da saúde, era quem ministrava os medicamentos sedativos preliminares aos pacientes.


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