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Foto: Mr. Sganzerla - Os Signos da Luz (2012), dirigido por Joel Pizzini.
Cultura em Cena

“Músicas nas fitas de Sganzerla” é foco de Mostra que terá exibição de filmes, debates e oficinas em Joaçaba

Programação acontece de 4 a 7 de maio, em Joaçaba, no Teatro Alfredo Sigwalt

Luan

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Foto: Mr. Sganzerla - Os Signos da Luz (2012), dirigido por Joel Pizzini.

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O cinema do joaçabense Rogério Sganzerla privilegia a imaginação, é uma explosão de pensamentos, imagens e sons. E quando nos referimos aqui a sons, nos referimos as músicas, ao contexto da época, aos compositores e seus legados individuais e coletivos.

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É essa referência que a I Mostra Fita de Cinema, a música nas fitas de Rogério Sganzerla, que acontece de 4 a 7 de maio, em Joaçaba, no Teatro Alfredo Sigwalt, tem como foco principal: entender a época através de um olhar mais apurado. A Mostra, que terá um segundo momento com oficinas seguindo até dia 20, visa contribuir com a formação de um público de cinema, trabalhando também a percepção e a sensibilidade de jovens e adultos. A temática permite um debate pedagógico acerca da história cultural brasileira, especialmente a Música Popular Brasileira, principalmente o samba, ritmo presente na maior de suas produções.

Toda essa concepção poderá ser acompanhada nos curtas, médias e longa-metragem que serão exibidos, bem como nos debates e nas oficinas. A curadora da Mostra, a jornalista Cristina de Marco, explica que para chegar até aqui foram anos de pesquisa e estudo, busca de conhecimento sobre o cineasta, incluindo entrevistas pessoais. “O foco das minhas pesquisas está no que chamo de Tetralogia da Verdade, que são os filmes onde Rogério busca a verdade que Orson Welles veio buscar no Brasil, em 1942, quando esteve por aqui para filmar uma série de documentários que se chamaria “It´s all true (Tudo é Verdade). Um dos temas perseguidos por Walles era a origem do Samba.

Para isso, eu precisei buscar em toda a obra do Rogério onde também estava contido este ritmo e então percebi como a música é fundamental em seu cinema”, declarou Cristina.

Rogério abusava em seus filmes do humor corrosivo, instaura uma nova linguagem, um cinema inovador, inventado, de verdade? Sim, o cinema conhecido como marginal, um movimento cinematográfico brasileiro que se propagou pelo país entre meados de 1968 e 1973, tendo como principais produtoras a Boca do Lixo em SP e a Belair Filmes no RJ. Surgindo de uma relação paradoxal de diálogo e ruptura com o Cinema Novo e associado ao movimento revolucionário e de guerrilha.

O cinema marginal pregava a ideologia da contracultura, além de criar uma abertura de diálogo lúdico e intertextual com o classicismo narrativo hollywoodiano e as chanchadas. Além de Rogério Sganzerla, Júlio Bressane e Ozualdo Candeias são as grandes referências dessa corrente. A forte relação com o tropicalismo trouxe para as obras de Rogério; Noel Rosa, Ary Barroso, Pixinguinha, Dorival Caymmi, João Gilberto, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia e a Orquestra Sinfônica Brasileira, uma explosão de pensamentos, imagens e sons. E quando nos referimos aqui a sons, nos referimos as músicas, ao contexto da época, aos compositores e seus legados individuais e coletivos.

Para Cristina, "a música, no cinema de Rogério Sganzerla, é aquele personagem que não pode faltar. Ela completa a ideia principal, ela também afirma o que está sendo mostrado ou dito. É quase um elemento mágico. Eu não poderia começar a falar sobre os filmes do Rogério sem que apresentasse ao público como ele lida esteticamente com a música".

Cristina reforça que em breve a programação completa da mostra será disponibilizada para que todos possam agendar sua participação no evento.

Fonte: Assessoria de comunicação


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