Conteúdo atualizado com o resultados das investigações em 13/06/2014
Foi extinto o processo que apurava uma suposta contravenção penal cometida por um padre de Joaçaba e que foram denunciados pela vítima em reportagem publicada pelo Éder Luiz.com no dia 27 de novembro do ano passado. Um Termo Circunstanciado (TC) foi instaurado pela Polícia Civil para apurar uma suposta importunação ofensiva. A documentação com o resultado das investigações foi entregue a justiça no último dia 15 de maio e uma audiência marcada para o dia 5 deste mês. Na audiência estiveram presentes a suposta vítima, que na época da denúncia era menor, e o religioso. A jovem não teve interesse em representar criminalmente contra o padre e por este motivo houve a extinção do TC. Sendo assim o processo não terá desdobramentos na justiça.
Por conta da denúncia o padre chegou a ser afastado de suas funções na paróquia que atuava. Nossa redação tentou entrar em contato com o religioso, mas diferente da época em que a denúncia foi feita, quando ele aceitou gravar entrevista e deu sua versão, desta vez ele não retornou nossas ligações.
Notícia da época:
O padre Mario Arriello, que atua como pároco na Paróquia do Bairro Cruzeiro do Sul em Joaçaba, foi afastado de suas funções após a divulgação de um suposto caso de assédio a uma menor. A decisão foi tomada ainda na terça-feira, após o bispo diocesano, Dom Mário Marquez, ser comunicado sobre a suspeita, que teve origem em um Boletim de Ocorrência registrado pela vítima e pela mãe na delegacia da cidade.
Dom Mário falou ao Éder Luiz.com que soube do caso pela reportagem publicada no site, mas que ainda é muito cedo para se chegar a qualquer conclusão. “Não há nada de concreto, tudo tem que ser averiguado, mas é algo muito sério. Qualquer pessoa que possa cometer um ato criminoso tem que responder e isso não é diferente com um padre. Sendo o caso público, vou convocá-lo e tomar as medidas necessárias, conforme as orientações da igreja, para o devido afastamento do cargo enquanto se realizam os procedimentos de averiguação”.
O afastamento significa que o religioso está impedido de comandar celebrações no período de investigação, bem como outros atendimentos, como a confissão, por exemplo.
O caso
O padre Mario Arriello, que atua como pároco na Paróquia do Bairro Cruzeiro do Sul em Joaçaba, é suspeito de ter assediado uma adolescente de 17 anos, que trabalhava como secretária paroquial. O caso, que já foi registrado na delegacia de polícia de Joaçaba, chegou ao Éder Luiz.com pela família da menor e por ela própria, durante entrevista concedida na manhã desta terça-feira, 26.
Segundo a menor, o mesmo fato teria se repetido por duas vezes, quando o padre teria agarrado ela, beijado sua boca e passado a mão nas nádegas da adolescente.
A jovem disse que em ambas as oportunidades relatou o caso a mãe, que também estranhou o suposto comportamento do religioso. A menor disse que o padre teria dito para ela não contar nada do que acontecia a ninguém.
O conselho da comunidade já havia se reunido por pelo menos duas vezes para falar sobre rumores e boatos de fatos semelhantes ao denunciado.
Investigações
O delegado Maurício Pretto, que está responsável pelo caso, confirmou que a mãe e a menor estiveram na delegacia registrando o Boletim de Ocorrência (BO).
– Vieram aqui e fizeram o boletim de ocorrência, noticiando que o sacerdote teria cantado a menina, teria em tese passado as mãos nas pernas dela. Então nós confeccionamos o BO por Importunação ofensiva ao pudor, que é uma contravenção penal. E agora então ela vai ser submetida a um laudo pericial e vai ser submetida também a uma consulta psicológica, pra extrair todas as informações da menina, com mais calma, então nada melhor que uma psicóloga para ouvir ela, pra verificar até onde foi isso, se há um nexo de veracidade. Após a chegada destes laudos vamos ter que instruir este procedimento, dependendo da vinda destes laudos nós vamos lavrar um Termo Circunstanciado, ouvir o sacerdote, eventuais testemunhas e depois mandar para justiça.
Padre nega acusações
O padre Mário Arriello aceitou conversar com o Éder Luiz.com e negou todas as acusações. Surpreso e afirmando que não sabia sobre o registro da denúncia na delegacia, ele confirmou que lembra de ter dado “um forte abraço” na funcionária e beijos na bochechas, mas “em forma de comemorar que ela fazia parte da nossa equipe”, disse ele, se referindo ao trabalho que a adolescente realizaria na paróquia.
– Eu não assediei ela, que fique claro. Segunda coisa, não tive qualquer importunação, se foi a despedida do dia, não estou dizendo que eu fiz, esse abraço de estar alegre, estar feliz. Todos os paroquianos, todas as meninas, todas as mulheres, recebem esse mesmo abraço. Disse o padre.
Padre Mario disse que está disposto a colaborar com a polícia e que está com a consciência tranquila quanto ao caso.
O crime
A importunação ofensiva ao pudor é uma contravenção penal, que assim dispõe: “Importunar alguém, em lugar público ou de acesso ao público, de modo ofensivo ao pudor: Pena – multa”. A referida contravenção é apurada através de termo circunstanciado, e o autor responderá em liberdade.
Relembre a reportagem completa:
www.ederluiz.com/arquivos_internos/index.php?abrir=noticias&acao=conteudo&cat=1&id=11001
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