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Condições das colunas de sustentação do prédio que desabou em Fortaleza
Brasil e Mundo

Prefeitura de Fortaleza diz que prédio foi construído de maneira irregular

Até 1995, havia uma casa no terreno. 2ª morte foi confirmada.

Alessandra

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Condições das colunas de sustentação do prédio que desabou em Fortaleza

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A Prefeitura de Fortaleza afirmou que o prédio que desabou na manhã desta terça-feira (15) em um bairro nobre de Fortaleza foi construído de maneira irregular. Segundo a prefeitura, até 1995 havia uma casa no lugar do Edifício Andrea, na Rua Tibúrcio Cavalcante. O primeiro imóvel foi erguido na década de 1970.

A administração municipal informou ainda que a construção irregular dos sete pavimentos é o motivo pelo qual não há registros oficiais do prédio.

O Corpo de Bombeiros afirmou, no fim da tarde desta terça, que trabalha com a hipótese de que 18 pessoas estivessem no local no momento do desabamento. O número foi definido seguindo as informações prestadas por familiares dos moradores do edifício e de pessoas que estavam no pequeno comércio que fica ao lado do prédio, e também foi atingido.

Até a última atualização, nove pessoas haviam sido resgatadas com vida, e outras oito eram consideradas desaparecidas. Duas pessoas morreram. A primeira morte em decorrência do desabamento: Frederick Santana dos Santos, 30, que estava em um mercadinho ao lado do prédio.

O segundo corpo encontrado nesta manhã está em uma área de difícil acesso pelos bombeiros. Conforme o Corpo de Bombeiros, o corpo é de uma mulher, mas ainda não há identificação. Ela foi encontrado pelos socorristas com a ajuda de cães farejadores. Agora, os agentes tentar retirar os escombros para conseguir remover o corpo do local.

Construção sem engenheiro responsável

Emanuel Maia Mota, presidente do Conselho Regional de Engenharia do Ceará (Crea-CE) afirmou, em uma entrevista coletiva, que também não tem registro ou nome de um engenheiro responsável pela construção do Edifício Andrea.

"Aqui no Crea a gente está constituindo uma comissão que vai levantar informações acerca da reponsabilidade, dos profissionais que estavam ali na nuvem, digamos assim, de serviços a serem executados, e vamos repassar isso para a Defesa Civil, para a perícia, enfim", afirmou ele.

"Em havendo algum tipo de culpabilidade, pode se ter até a suspensão do registro deste profissional e a questão de causas, os motivos, porque caiu, porque aconteceu isso, é responsabilidade da perícia forense fazer todas estas investigações e analises." –Emanuel Maia Mota, presidente do Crea-CE

O Crea não quis comentar a imagem divulgada pelos vizinhos, que já temiam uma tragédia: na garagem do prédio, um vídeo feito na segunda-feira (14) mostra que as colunas de sustentação tinham as vigas à mostra. E uma delas estava coberta por um plástico.

Mota afirmou que foi registrada, nesta segunda-feira (14), uma Anotação de Responsabilidade Técnica informando uma reforma de recuperação de construções e pintura no Edifício Andrea, orçada em R$ 22.200.O documento é exigido sempre que condomínios ou donos de casas vão fazer uma obra no imóvel.

De acordo com ele, a anotação entrou ontem nos registros do Crea-CE em nome de um engenheiro que informava que uma reforma seria executada no prédio, sem especificar em que área seria esta obra.

"Na anotação de responsabilidade, o profissional apresenta o serviço e assume a responsabilidade sobre ele", diz o presidente da entidade.


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