Na próxima sexta-feira e sábado, dias 2 e 3 de setembro, quem mora ou estiver na grande Florianópolis poderá assistir à representação teatral de um dos capítulos históricos que mais marcaram a região sul do país. Trata-se da Peça “O Contestado”, interpretada pelo Grupo Toca de Teatro Universitário da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc). Serão duas apresentações com início às 20h30 no Teatro Pedro Ivo Campos, localizado no Centro Administrativo do Governo do Estado.

O autor da peça é o historiador Romário Borelli. Ela foi montada pela primeira vez em Florianópolis na década de 70. Até os anos 80, percorreu várias cidades brasileiras. Em 2007, foi remontada pelo Grupo Toca de Teatro Universitário da Unoesc, sob a direção de Jorge Zamoner. Desde então, já teve inúmeras apresentações em diversas cidades catarinenses. Em junho de 2009, foi apresentada em Curitiba, durante o I Simpósio Nacional de Geografia Política, Território e Poder. Agora o espetáculo volta a percorrer o Brasil, por meio do Projeto Centenário do Contestado, realizado com o apoio do Ministério da Cultura – por meio da Lei Rouanet – e de empresas como Grupo Habitasul, Celulose Irani, Enercan Campos Novos Energia S.A., Baterias Pioneiro, Scherer Distribuidora Autopeças e Caitá Supermercados, além da participação do Governo do Estado e da Fundação Catarinense de Cultura. Serão seis apresentações em diferentes capitais estaduais, sendo a primeira delas em Florianópolis, e 12 em diferentes regiões catarinenses. O projeto prevê também a produção de uma minissérie, de um documentário itinerante para percorrer escolas da região do Contestado e de uma biblioteca virtual, intitulada “Memorial Virtual do Centenário da Guerra do Contestado”, que reunirá documentos e produções relativas a esse acontecimento histórico. Ingressos Os ingressos para as apresentações nos dias 2 e 3 em Florianópolis custam R$ 20. Eles estão à venda no próprio Teatro Pedro Ivo Campos. A peça teatral A peça de teatro “O Contestado” remonta a história da Guerra do Contestado, que ocorreu entre 1912 e 1916 envolvendo, de um lado, a população cabocla do oeste de Santa Catarina e do Paraná e, de outro, os dois governos estaduais, apoiados pelo governo federal por meio da presença maciça do exército brasileiro. A origem do conflito estava na desapropriação de terras antes ocupadas por posseiros, no grande número de desempregados após a construção da estrada de ferro São Paulo - Rio Grande e no descontentamento de fazendeiros locais que viviam da extração de madeira após a destinação de uma grande faixa de terra a uma empresa norte-americana. O ingrediente principal, no entanto, foi o messianismo: a presença de um monge que liderou o grupo de caboclos no conflito contra o poder do Estado.