Preço influencia no “$abor” do vinho?

Preço influencia no “$abor” do vinho?

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Por Rodrigo Leitão

Para quem me pergunta por quê o vinho é tão caro no Brasil eu costumo falar que um vinho de US$ 25 ( R$ 75,00) na Europa ou nos EUA chega a ser vendido no Brasil por um preço seis vezes superior. Quando falo aos amigos sobre um vinho de R$ 12 que achei num supermercado e que é bom, eles não acreditam. Conheço muita gente que dispensa um bom vinho de R$ 50 num restaurante ou até mesmo na loja, para pagar R$ 150 a R$ 180 num similar que, às vezes, nem é melhor. Pois bem, há algum tempo essa minha “tese” virou assunto sério e tem até explicação científica. Uma pesquisa do California Institute of Technology , conhecido mundialmente como Caltech, de Pasadena, nos Estados Unidos, afirma que um vinho pode ser muito mais agradável ao paladar quando vendido a R$ 200, mesmo que seu preço original seja R$ 10. De acordo com o estudo norte-americano, o fator psicológico faz com que o grau de satisfação de uma pessoa com o vinho aumente de acordo com o seu preço. Quanto mais caro, mais agradável ele ficaria ao paladar. Os cientistas fizeram uma espécie de degustação às cegas. Pegaram um vinho de U$ 25, que é média razoável da produção vinícola mundial, e serviram duas taças para cada provador. Os pesquisadores disseram a cada uma das 20 “cobaias” que o primeiro vinho custava U$ 5 e o segundo, U$ 90. O resultado não poderia ser outro: “a maioria considerou melhores as doses dos vinhos mais caros", revelaram os cientistas. Os pesquisadores usaram uma técnica de ressonância magnética para observar o comportamento do cérebro dos pesquisados ao saborear cada dose de vinho. Eles verificaram as mudanças ocorridas na parte do cérebro conhecida como córtex órbito-frontal médio, que tem um papel importante na sensação de prazer. O estudo mostrou que essa região do cérebro ficava mais ativa durante a degustação dos vinhos "mais caros" do que na ingestão dos "mais baratos". Segundo o coordenador do estudo, Antonio Rangel, o resultado da ressonância magnética mostrou que a diferença na percepção de cada dose de vinho era real, não apenas imaginária. De acordo com Rangel, o estudo pode ajudar em outras pesquisas que analisam os efeitos neurológicos do marketing. Um importante crítico de vinhos britânico disse ao jornal The Times que a relação do consumidor com o preço da bebida pode ser comparada à reação de alguém em relação a uma roupa cara de uma marca famosa. Segundo ele, porém, os críticos e consumidores frequentes de vinho não seriam influenciados pelo preço. DUVIDO! Fonte: BBC Brasil.com

Rodrigo Leitão, Especialista em Enogastronomia.

O colunista dedica-se há três décadas ao jornalismo e já passou por redações como O Globo, Jornal de Brasília, TB Brasília, TV Band e Rádio Band News FM, em Brasília, onde atua no segmento de comunicação e eventos. Rodrigo Leitão organiza anualmente o Brinda Brasil – salão do espumante de Brasília, o maior encontro nacional exclusivamente com produtores de espumantes. Ele já atuou nas áreas de economia, política, internacional, cultura e saúde, onde conquistou vários prêmios.

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