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Geral

A safra que fica pelo caminho

O transporte de grãos da propriedade até a cooperativa é por rodovias, feito por caminhões que muitas vezes não estão em boas condições.

Éder Luiz

Éder Luiz

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O transporte de grãos da propriedade até a cooperativa é por rodovias, feito por caminhões que muitas vezes não estão em boas condições. Durante este transporte, parte da carga cai do caminhão devido a trepidações da carroceria e não há vedação da carga. A consequência dessas perdas de grãos que permanecem por um bom período nas rodovias é financeira, principalmente para o produtor rural, mas que refletem para todo o sistema produtivo. A Confederação da Agricultura e Pecuária estima que sejam perdidos cerca de 10 milhões de toneladas de grãos por ano nas estradas.

Este prejuízo se dá devido às más condições das estradas brasileiras e a elevada idade média da frota transportadora. E esse enorme desperdício de grãos precisa diminuir. Cuidados com as rodovias são de responsabilidade dos órgãos competentes, porém, do caminhão, a responsabilidade é do produtor ou do freteiro, por exemplo. Nesta safra 2011/2012 muitos problemas foram observados na região e por isso, o Jornal Copercampos destacou algumas informações aos produtores rurais associados. Com a rodovia danificada, o caminhão trepida e essa trepidação faz com que os grãos oscilem e se desloquem e caso existam falhas na carroceria os grãos têm por onde passar e cair. Tal problema também é causado pela falta de uniformidade e vedação proporcionada pelo enlonamento. A prática de enlonar a carga muitas vezes não é realizada, acontecendo então há perda pela falta de percepção dos motoristas, prejudicando até mesmo outros condutores que seguem o mesmo trajeto dos caminhoneiros. Para evitar estas perdas por problemas na carroceria, um método eficaz é forrar internamente o graneleiro. Segundo profissionais da estrada, no transporte de soja uma perda de 350 quilos pode ocorrer em um percurso de 500 quilômetros com um caminhão carregado com 28 toneladas. Essa perda equivale a 1,25% da carga, com valor corresponde a aproximadamente R$ 320,00 por percurso. Outros dados indicam uma perda da ordem de 8,0% da produção total no pós-colheita, dos quais a maioria é perdida no transporte rodoviário. Dados do IBGE indicam que a cada safra de grãos, cerca de R$ 2,7 bilhões são perdidos no transporte, equivalente a 10 milhões de toneladas. E esse impacto econômico gerado pelo transporte inadequado é sentido em toda a cadeia produtiva até o consumidor final, que acaba pagando mais caro pelo produto, devido a menor oferta no mercado. Para o coordenador do Departamento Técnico da Copercampos, Engenheiro Agrônomo Marcos Schlegel, outros fatores influenciam nessa perda de produção. “Já na lavoura uma boa quantidade de soja, por exemplo, é perdida. No momento da descarga da colheitadeira para o graneleiro do caminhão, o operador necessita ter atenção e cuidados para que todo o produto seja destinado para dentro do caminhão e não deixar os grãos na lavoura. Essa falta de atenção gera prejuízos que são diagnosticados após a colheita”, comenta Schlegel. Desde a descarga de produtos das máquinas colheitadeiras e a entrega na cooperativa, há necessidades de eficiência no transporte. Não supercarregar o graneleiro dos caminhões é essencial e o enlonamento deve ser realizado sempre. “O que devemos destacar é que o produtor investe em tecnologia e realiza um manejo correto da lavoura e esse resultado será satisfatório após a entrega do produto na cooperativa, quando este alimento estiver dentro dos silos, e por isso, o transporte deve ser de qualidade”, destaca o Engenheiro Agrônomo. Desta descarga de produtos das máquinas colheitadeiras até o transporte até a entrega na cooperativa, há necessidades de eficiência no transporte. Não supercarregar o graneleiro dos caminhões é essencial e o enlonamento deve ser realizado sempre. “O que devemos destacar é que o produtor investe em tecnologia e realiza um manejo correto da lavoura e esse resultado será satisfatório após a entrega do produto na cooperativa, quando este alimento estiver dentro dos silos, e por isso, o transporte deve ser de qualidade”, destaca o Engenheiro Agrônomo. Já para o Fiscal Federal Agropecuário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, Isac Medeiros, há necessidade de se transportar com segurança os produtos, pois isso garantirá um controle maior das doenças da soja. “Medidas fitossanitárias são essenciais também no transporte para que não exista a continua presença de diferentes vírus no ambiente. Temos dados que a perda de grãos causa um prejuízo de 10% na produção e, por exemplo, a soja germinada nas estradas e fonte de inóculo de doenças e pragas, além de causar insegurança nas rodovias”, comenta Medeiros. O fiscal ressalta que a solução para o problema no transporte está na sensibilização dos agricultores e dos motoristas. “É necessário realizar vistorias das carretas antes do carregamento, realizar o conserto e manutenção adequada, vedar frestas com uso de espuma spray, coloca lona internas e não carregar o caminhão acima da capacidade, deixando borda de 20cm na carroceria. Com essas medidas, haverá uma menor perda e mais lucratividade para todos os envolvidos no sistema”, finaliza Isac Medeiros.


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