À serviço do tráfico – Criança é apreendida com cocaína em Joaçaba
Uma cena chamou a atenção na delegacia de Joaçaba na manhã desta segunda-feira, 19.

Uma cena chamou a atenção na delegacia de Joaçaba na manhã desta segunda-feira, 19. Um menino franzino, de chinelos nos pés, sendo conduzido por policiais. A criança, de 15 anos, que não sabia dizer ao certo a idade, foi apanhada com 0.7 gramas de cocaína embalada em uma peteca, como é conhecido o pequeno pacote onde a droga é colocada quando está pronta para ser vendida.
A fragilidade do menino, que deveria estar na escola e não servindo ao tráfico, impressiona. Já conhecido dos Pms, ele se limitava a responder apenas algumas perguntas. Quando questionado se estudava, disse que frequentou a escola apenas até a 6ª série, mas que abandonou os estudos. Questionado sobre a idade não soube responder ao certo, mas se apurou que tem 15 anos, embora aparente menos. Ele foi abordado pelos policiais quando estava parado ao lado de um veículo na rua Nereu Maier, uma estrada de pouco movimento que dá acesso a Vila Simone. Com o menino estava outro menor e um rapaz maior de idade, ambos falaram que não sabiam da droga e foram liberados. Segundo os policiais, o menino é conhecido por ser o que se chama de “mula” no tráfico de drogas, trabalho destinado geralmente a crianças que entregam a droga a mando de traficantes. Uma artimanha utilizada pelo tráfico por que os menores não podem ser presos e depois voltam a trabalhar para os traficantes. O trabalho é recompensado na maior parte das vezes com a própria droga, que já é consumida nesta idade. O fato chama a atenção para a realidade que se forma na periferia de Joaçaba, não muito distante do centro, onde a droga é vendida a luz do dia e seduz menores que não tem outro futuro a não ser aquele que é oferecido pelos traficantes. Não se tem ao certo um número da nossa realidade sobre quantos menores estão a serviço do tráfico, mas a maior parte dos internamentos no Centro de Atendimento Socioeducativo Provisório de Joaçaba (CASEP), se dá em função de crimes desta natureza, pelo tráfico direto, ou mesmo por furtos e roubos que tem como motivo a busca de valores para sustentar o vício que começa muito cedo. A realidade é que o envolvimento de crianças no tráfico de drogas é apenas o sintoma de um problema muito maior, de exclusão social. Da forma como nossas políticas nesta área são tratadas, um basta para este tipo de situação está longe de acontecer.
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