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Aulas na rede estadual na região de Joaçaba são mantidas

Aulas na rede estadual na região de Joaçaba são mantidas

Éder Luiz

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Mesmo com a greve deflagrada pelos professores nesta segunda-feira (23) as aulas na rede estadual de ensino na região de Joaçaba serão normais. Segundo a coordenadora regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (SINTE), Lurdes Persch a entidade realizou na última sexta-feira (20) uma Assembleia Regional com a presença de 35 professores representando 50% dos municípios da regional da AMMOC e 40% das escolas estaduais.

A pauta da Assembleia teve os informes gerais da Assembleia Estadual ocorrida no dia 17/04 em Florianópolis, distribuição da proposta salarial do governo para análise e discussão, questionamentos e encaminhamentos. Segundo Lurdes os professores participantes não concordam com a proposta do governo após análise das tabelas e decidiram que continuarão em “estado de greve”, aproximadamente até o dia 1º de maio. “Nesta data iremos reunir novamente os professores para rever a questão da greve. Tal atitude foi tomada devido a vários problemas, como: desgaste físico e emocional da última greve e estarmos vivenciando um ano atípico com a realização de lições municipais”, diz. A coordenadora do SINTE solicitou ainda que os professores distribuam o anexo “carta aos pais” (veja abaixo) e conversem com os colegas de escola para nova decisão. Lurdes Persch orienta aos alunos que vão às escolas normalmente. Reivindicações A categoria reivindica o cumprimento dos 22,22% de reajuste salarial referente ao Piso Nacional do magistério. A coordenadora enfatiza que a classe permanecerá em estado greve até o Governo do Estado reabrir as negociações que não surtiram efeito na semana passada, quando foi realizada assembleia estadual em Florianópolis. “A sociedade tem que saber que é inadmissível governo virar as costas para os professores que estão em greve. A negociação tem que acontecer também na greve. Estamos apenas na luta de nossos direitos”, diz. Segundo Lurdes a proposta que o Governo do Estado, oferece o reajuste de 22% pago de forma fragmentada, até o final do ano letivo de 2013. “A categoria precisa ser valorizada”, diz. “A proposta apresentada aos professores pelo governo, dá aumento de apenas R$ 60 reais para professores com pós-graduação que até o fim 2013. Professores com mestrado e doutorado não estão sendo reconhecidos”, explica. Este é o segundo ano seguido de paralisação na rede estadual, que tem 640 mil alunos. No ano passado a greve durou 51 dias. “Os professores não gostariam de iniciar uma nova greve, já estão cansados do ano passado, e ainda tiveram que repor aulas até o mês de dezembro”, conclui. A região possui 30 escolas, cerca de 12 mil alunos e 1200 professores em ativa. Resposta A Secretaria de Estado da Educação reafirma que cumpriu o acordo firmado com os professores durante a última paralisação da categoria, no ano passado. O secretário Eduado Deschamps aponta que o reajuste de 138%, aplicado em um ano no valor do vencimento inicial da carreira do magistério, “honra a promessa do Governo estabelecida com os professores de Santa Catarina, quando se comprometeu a reajustar o valor do piso de acordo com o disposto na referida lei.” Além disso, a regência de classe foi recomposta em seus valores de 40%, para os professores das séries iniciais, e em 25%, para os que lecionam para as séries finais, no mês de janeiro, como também estava acordado com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação - Sinte. Dados da secretaria apontam que nenhum professor catarinense recebe vencimentos menores que R$ 1.450,87. Com o acréscimo da regência de classe e do valor do vale alimentação, um professor das séries iniciais do ensino fundamental recebe salário superior a R$ 2.200,00 para uma jornada de 40 horas. Os valores traduzem um aumento salarial de mais de 90% em um período de 12 meses, frente a uma inflação de 5% e uma taxa de atualização do piso, divulgada pelo MEC, de 41% acumulada em 24 meses. Os aumentos do piso estabelecidos na lei, de acordo com Deschamps, acabam criando uma compressão nos salários das categorias mais altas. "Para corrigir o problema, foi elaborado um plano de descompressão da tabela salarial aos professores, que elevará os demais vencimentos de carreira em mais de 70% até o final do ano que vem.” O plano estava em negociação com os professores desde o início do ano até o anúncio de paralisação por parte do Sinte. Deschamps informa que o Governo de Santa Catarina também vem participando de negociações em nível federal para que sejam feitas alterações na lei a fim de garantir sua sustentabilidade. Para o ano que vem, está previsto na Lei do Piso mais um aumento: desta vez os índices de reajustes previstos são, para 2013, 10,19% e, para 2014, 13,43%. “No formato atual, tem razão o jornalista que recentemente afirmou que podemos começar a preparar dois calendários anuais para as escolas: um sem greve e outro com greve”.


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