Bloqueio nas rodovias começa a prejudicar abastecimento e pode gerar prejuízos para produtores
Bloqueio nas rodovias começa a prejudicar abastecimento e pode gerar prejuízos para produtores
Os bloqueios organizados por caminhoneiros que se manifestam nas rodovias da região já começam a preocupar alguns setores devido ao desabastecimento de alguns produtos. Um exemplo é em Xanxerê, onde o Corpo de Bombeiros anunciou que somente atenderá casos de extrema urgência por que a rede de postos que abastece as viaturas está sem combustível, os caminhões tanques não estão sendo liberados pelos manifestantes.
Na manhã desta segunda-feira o Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado de Santa Catarina (SINDILEITE-SC) divulgou uma nota onde expõe a preocupação quanto aos caminhões com leite in natura que estão parados nas filas formadas pelos protestos, o receio é que o produto comece a estragar em grande escala, o que afetaria toda a cadeia produtiva.
Leia a nota na íntegra:
NOTA A IMPRENSA DA GREVE DOS MOTORISTAS FEVEREIRO DE 2015
O Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado de Santa Catarina (SINDILEITE-SC) manifesta grande preocupação com a mobilização dos caminhoneiros e bloqueios de pistas em SC e também em outros estados brasileiros. O leite é um produto extremamente perecível, e perde qualidade a cada hora parado, correndo risco de perda total, caso as cargas não tenham condições de transitar.
O movimento dos caminhoneiros alega que produtos perecíveis podem circular, entretanto na prática isso não vem acontecendo, haja vista que o bloqueio imposto em Xanxerê e São Miguel do Oeste, não permite a circulação de carga de qualquer natureza. Muitos caminhões de leite estão presos desde o dia 22.02.2015 de manhã no bloqueio em Xanxerê e não foram liberados ainda, e correm risco eminente de perda total.
Caminhões de coleta no campo, e bi trens que buscam leite nos postos de captação, estão sendo obrigados e ficar na manifestação, fazendo com que não tenhamos equipamentos suficientes para manter a operação industrial e a captação de leite no campo em perfeita ordem.
Várias regiões do estado já estão impedidas de coletar leite no campo, e se a situação continuar serão suspensas todas as coletas nos produtores gerando grandes prejuízos para toda a cadeia produtiva.
Não temos mais segurança, e o esforço da operação ficou inviável. Precisamos preservar a integridade das pessoas que trabalham na cadeia produtiva do leite, mesmo porque alguns acidentes já aconteceram e podem aumentar à medida que pessoas são expostas a esforço desproporcional.
O movimento atingiu a região onde se produz 70% do leite do estado, perfazendo um total de 4.000.000 (quatro milhões de litros de leite por dia), que está sob ameaça de perda total gerando prejuízos para indústrias, produtores e estado. Estamos às voltas com desabastecimento de insumos na produção industrial e logo vai atingir o mercado.
Entendemos o direito de greve, porém é importante que se realize de forma ordeira preservando os direitos dos demais cidadãos. Vale destacar que a cadeia produtiva do leite já vem sofrendo há vários meses efeitos dos baixos preços, tanto para produtores quanto para as indústrias, contabilizando prejuízos em toda cadeia produtiva. Neste momento enfrentarmos novas perdas seria extremamente prejudicial para um setor já bastante castigado.
Pedimos as autoridades estaduais e federais, que entendam a gravidade da situação, ouçam os manifestantes e resolvam de forma rápida, para continuarmos nosso trabalho, e que produtor e indústrias nem tenham que pagar uma conta que não lhes pertence.
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