
Um homem de 57 anos, morador de Catanduvas, está em tratamento no Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST) após ter contraído malária no mês de dezembro.
A notificação da Gerência Regional de Saúde de Joaçaba aconteceu às vésperas do Natal, no dia 23 de dezembro. Os primeiros sintomas da doença começaram a aparecer no dia 08 de dezembro, depois que o paciente, que é caminhoneiro, retornou de uma viagem ao estado de Rondônia, no norte do país. Conforme a gerente Regional de Saúde da SDR de Joaçaba, Ivanice Peccin, o tratamento está sendo oferecido pela Secretaria Estadual de Saúde. “Toda a medicação está sendo fornecida pelo estado. E a notificação da doença é importante para que o paciente tenha o acompanhamento correto”, diz. “Sabe-se que a doença existe, mas em regiões distantes de Santa Catarina. Por isso durante a notificação é importante saber onde a pessoa esteve em determinado período para que se possam identificar tais doenças”, explica. A gerente Regional de Saúde informou que perto do Natal o quadro clínico do paciente se agravou em virtude de complicações no sistema renal, e ele precisou ser internado na UTI. Ivanice destaca que o tratamento é contínuo pelo período de 21 dias. “O paciente teve principio de falência dos rins, mas foi tratado e está bem. Tivemos apenas este caso registrado, já que se trata de um caminhoneiro, que viajou para a região norte do país e retornou para o meio oeste para as festas de fim de ano”, explica a gerente destacando que todos os anos são registrados ao menos um caso de malária na região. Ainda segundo ela o caso será investigado pelo município de origem do paciente, no caso Catanduvas. A doença A malária é uma doença típica de países tropicais. No Brasil é comum na região da floresta amazônica, fazendo muitas vítimas todos os anos. A malária é transmitida ao ser humano através da picada do mosquito anopheles. O principal sintoma é a febre. O doente começa a sentir muito frio, seguido de fases de extremo calor. Essas febres são constantes, porém a periodicidade é irregular. As dores de cabeça, náuseas, hemorragias e fadiga também são sintomas da malária. Atualmente a transmissão da malária está restrita a Amazônia Legal, ou seja, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Dados do Ministério da Saúde mostram que entre os anos de 2009 e 2010 mais de 306 mil casos foram confirmados no país. A enfermeira da regional de Saúde de Joaçaba, Cleci Lucini, informou que a complicação no caso do paciente, levando-o a UTI pode ter acontecido por outra infecção. “Este paciente, pode ter contraído malária em outro momento, o que pode ter causado alguma lesão no rim. E o que também pode causar lesões hepáticas”, explica. Cleci destaca que a doença é caracterizada por febre alta em ciclos de mesmo horário. Transmissão A transmissão natural da malária ocorre por meio da picada da fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles. O ciclo se inicia quando o mosquito pica um indivíduo com malária sugando o sangue com parasitas (plasmódios). No mosquito, os plasmódios se desenvolvem e se multiplicam. O ciclo se completa quando estes mosquitos infectados picam um novo indivíduo levando os parasitas de uma pessoa para outra. Desta forma, o ciclo de transmissão envolve: o plasmódio (parasita), o anofelino (mosquito vetor) e o homem. Os criadouros preferenciais do mosquito transmissor da malária são coleções de água limpa, sombreada e de baixo fluxo, muito frequentes na Amazônia brasileira.O mosquito do gênero Anopheles também é conhecido como muriçoca, sovela, mosquito-prego, carapanã e bicuda. O período de incubação, ou seja, o intervalo entre a aquisição do parasita (infecção) até o surgimento dos primeiros sintomas, varia de 8 a 17 dias, podendo, contudo, chegar a vários meses em condições especiais, no caso de P. vivax e P. malariae. Como se prevenir: Considerando que ainda não existe uma vacina disponível contra a malária, as medidas de proteção individual são as formas mais efetivas para prevenção.Lembre-se: O horário de maior atividade do mosquito transmissor da malária é do pôr-do-sol ao amanhecer. As medidas de proteção individual contra picadas de insetos devem sempre ser utilizadas, principalmente nas áreas de risco de contrair malária. Essas medidas são: 1) Uso de roupas claras, camisas com manga longa e calças compridas, durante atividades de exposição elevada; 2) Uso de telas nas portas e janelas, e ar condicionado; 3) Uso de mosquiteiro impregnado com inseticida (piretróides); 4) Uso de repelente a base de DEET (N-N-dietilmetatoluamida) que deve ser aplicado nas áreas expostas da pele seguindo a orientação do fabricante sobre o prazo para reaplicação do produto. Em crianças menores de 2 anos de idade não é recomendado o uso de repelente sem orientação médica. Para crianças entre 2 e 12 anos usar concentrações em até 10% de DEET, no máximo três vezes ao dia, evitando-se o uso prolongado.
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