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Chapecoense que teve ato de heroísmo em Santa Maria deixa a UTI

Chapecoense que teve ato de heroísmo em Santa Maria deixa a UTI

Éder Luiz

Éder Luiz

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Em meio a tristeza, dor e a apreensão no auditório do Hospital de Clínicas em Porto Alegre (HCPA), onde estavam os familiares dos jovens feridos no incêndio da boate Kiss, uma notícia trouxe alívio e alegria para alguns. Duas pessoas receberam alta da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e foram encaminhados para recuperação no quarto. Uma delas é o estudante chapecoense Guilherme Ferreira da Luz, de 25 anos.

O primeiro passo foi a retirada da ventilação mecânica que, em função da inalação da fumaça, se tornou obrigatória para garantir a respiração. “Com certeza essa foi a grande vitória do dia”, desabafou a chefe do Serviço de Medicina Intensiva, Silvia Regina Rios Vieira, que coordena uma equipe com mais de 50 profissionais que prestam atendimento às vítimas.

Natural de Chapecó, ele é aluno do último semestre de Zootecnia na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Na madrugada da tragédia, ele foi um dos primeiros a sair da boate, mas voltou para auxiliar no resgate de outras pessoas. Junto com outros amigos, eles retiraram cerca de 100 jovens de dentro da casa noturna depois que a fumaça já tinha tomado conta do lugar.

Depois, o jovem ainda auxiliou na derrubada de uma parede lateral. “Meu filho era muito determinado. Me questionei muito porque ele voltou lá para dentro. Mas sei que ele fez o certo. É um grande herói”, atestou a mãe Neurides Ferreira da Luz, logo após receber a notícia da melhora do filho. O pai, Paulo Ferreira da Luz, contou que o filho só foi buscar assistência médica por volta das 10h de domingo, quando começou a se sentir mal. “Ele me avisou que estava tudo bem e que não era para me preocupar. Mas depois avisou que estava indo para o hospital. Então fomos direto para Santa Maria encontrá-lo”, contou.

Ao chegar na cidade, o filho já estava sedado e sendo transferido para a Capital. “Viemos imediatamente para cá para ficarmos juntos dele”, contou. Além dos pais, a irmã Núbia e o cunhado Alexandre Viezzer estavam acompanhando o estado de saúde Guilherme. Segundo o cunhado, a família ficou na casa de parentes e recebeu a notícia logo no início da manhã. “Foi a melhor coisa que aconteceu. É uma sensação de alívio que não tem explicação”, disse.

Além do catarinense, outra jovem saiu foi levada para se recuperar no quarto. Outras 16 vítimas da tragédia estão internadas na UTI do HCPA. De acordo com a médica, eles estão estáveis, sendo alguns em situação mais delicada. Ela explicou que a prioridade é a recuperação das funções respiratórias. A questão das queimaduras, como o transplante de pele, começou a ser discutida e analisada neste segundo momento. Com 35 anos de experiência na área de unidade intensiva, a profissional relatou nunca ter presenciado uma tragédia similar. Ela explicou que caso parecido foi a primeira epidemia da gripe A.


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