Altamir da Igreja e Flávio Biassi aceitaram um acordo para dividir os R$ 40 milhões em valores atuais
Um fez a aposta, outro forneceu os números sorteados. Assim entendeu a justiça no caso da Mega Sena de Joaçaba que se arrastava em meio a uma batalha judicial há 6 anos. Finalmente nesta quarta-feira, 26, o juiz Edmar Grubber, primeiro a analisar o caso e decidir pela divisão do prêmio na época, anunciou de forma oficial o acordo entre as partes.
Em 2007 o valor sorteado foi de R$ 27 milhões, mas com os juros que foram se acumulando desde então, já que os valores estavam bloqueados em uma conta poupança, a soma chegou em R$ 40 milhões. Flávio Júnior Biassi, que na época trabalhava como funcionário na serraria de Altamir da Igreja, que fez a aposta, procurou a imprensa para denunciar que havia sido enganado pelo patrão, que estava de posse do cartão. Igreja negou seguidamente que os números tinham sido dados por Flávio e também alegou que nunca aceitaria dividir a bolada. Mas, não manteve a palavra.
O acordo foi firmado à uma semana, no dia 19. Os valores já estão nas contas dos dois, que terão que pagar uma parte aos advogados que atuaram no caso, numa quantia que chega a aproximadamente R$ 10 milhões entre os dois em serviços jurídicos.
Segundo o juiz Edmar Grubber, não há mais o que se fazer no processo que já foi arquivado. Ele conta que foi procurado no final do ano que passou pelos advogados das partes. “Fui procurado pelo advogado do Igreja para tentar viabilizar um encontro entre as partes para viabilizar um acordo. Após vários encontros nós chegamos a este consenso, pelo qual se resolveu a questão da Mega Sena. A divisão se aproximou bastante da decisão que tomei no início e que foi confirmada pelo nosso Tribunal de Justiça e também pelo Superior Tribunal de Justiça”.
Houve uma pequena diferença na divisão em relação aos juros acumulados e por conta de Altamir da Igreja ter retirado aproximadamente R$ 2 milhões antes do processo ser iniciado. Igreja ainda teria mais um recurso no caso, mas preferiu desistir e optar pelo acordo.
O Éder Luiz.com conseguiu falar por telefone com Flávio Biassi no começo da noite desta quarta-feira. Em rápidas palavras ele disse que ainda não sabe o que vai fazer com o dinheiro que ganhou no processo e que está satisfeito com o resultado. Já Altamir da Igreja não atendeu as ligações feitas para seu celular.
Relembre
O prêmio de R$ 55,5 milhões do concurso 898 da Mega-Sena foi sorteado em setembro de 2007. Uma aposta de Rondônia e outra de Santa Catarina dividiram o prêmio total.
Na época, a Caixa Econômica Federal informou que o portador do bilhete era considerado o proprietário do prêmio. Assim, Igreja chegou a resgatar parte do prêmio, de R$ 27.782.053,83. Porém, logo surgiu o impasse entre ele e o empregado, que afirmou que deu o dinheiro e os números para a aposta e acusou o patrão de ter feito o jogo e não ter dividido o prêmio com ele.
O marceneiro entrou na Justiça, que determinou o bloqueio do dinheiro. Em junho de 2008, a Justiça pediu a divisão do prêmio, mas os advogados de ambas as partes recorreram da decisão. Com isso, o juiz Edemar Gruber determinou que o valor, de pouco mais de R$ 25 milhões, permanecesse bloqueado. O empresário teria sacado cerca de R$ 2 milhões. Segundo familiares, teria usado o dinheiro para quitar dívidas e realizado algumas viagens.
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