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Cinco são condenados por tráfico em Videira

Cinco são condenados por tráfico em Videira

Éder Luiz

Éder Luiz

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A justiça condenou, por tráfico de drogas e associação ao tráfico, no último dia 9, os ex-comerciantes Ivo Brasil Fernandes, o Ticão, a 11 anos e um mês, e Marcos Antônio Mattos, a seis anos e dois meses de prisão. A condenação ocorre pouco mais de um ano depois da prisão em flagrante dos dois. Além deles, também foram condenados Elivelton Luiz Cordeiro Idelbrando e Claudir José Bencke, ambos a nove anos e quatro meses de detenção, pelos mesmos crimes.

Ticão e Marcos já estavam presos. Elivelton e Claudir foram capturados ontem pela Polícia Civil de Videira, já que as penas devem ser cumpridas em regime fechado. Todo o esquema começou a ser desmontado depois de meses de intensa investigação da polícia, que prendeu Marcos num primeiro momento e, dias depois, Ticão. O primeiro, conforme ficou comprovado no inquérito policial encaminhado à justiça, era o distribuidor da droga que, comprada por Marcos, era disseminada aos consumidores finais por Elivelton e Claudir. O “modus operandi” utilizado por Ticão dificultava a sua prisão, visto que ele somente se apoderava da droga para repassar aos seus contatos. Mas diante dos depoimentos, provas e evidências reunidas no processo, a justiça entendeu como clara a sua participação e chegou-se à sua condenação. Ticão, segundo depoimentos dos demais presos e agora condenados, guardava a droga em localidades do interior, principalmente em Linha Baroncello e, quando fazia as transações, ia até o local, desenterrava a droga e repassada aos compradores. Em uma oportunidade, um morador da localidade chegou encontrar 698 gramas de cocaína escondidas em uma sacola, debaixo de galhos. Acionada, a polícia, que já vinha investigando o caso, associou o material à ação de Ticão. Na sentença, Ticão é citado como dono da droga – cujas provas reunidas não deixaram dúvidas quanto à comprovação. Mas Ticão foi detido por outro crime: o de porte ilegal de armas, já que no dia em que a polícia foi até seu apartamento, nada de droga foi encontrado com ele – que escondia o produto do tráfico. A condenação tomou por base, ainda, os depoimentos dos outros detidos,na época. Mais do que revelarem que Ticão ia até a localidade buscar a droga, eles e outras testemunhas contaram que ele trazia drogas do Paraguai, de Curitiba e de Balneário Camboriú e abastecia, além de Videira, cidades como Caçador, Joaçaba e até Chapecó. Marcos, que tinha uma revenda de veículos no bairro Floresta, comprava dele e usava Elivelton e Claudir na revenda. Cada um destes últimos ganhava de R$ 5 a R$ 20 em cada venda. Além dos quatro, um quinto homem, que seria usuário, também foi condenado a três meses de prisão, convertidos em prestação de serviços à comunidade – cujo nome é omitido por causa da legislação, que protege o usuário. Os dois homens que respondiam em liberdade, Elivelton e Claudir foram condenados a nove anos e quatro meses de prisão por associação ao tráfico e tráfico de drogas, foram presos em casa. O primeiro no bairro São Cristovão e o outro, na Vila Verde. Após a prisão os dois foram levados a Unidade Prisional Avançada (UPA) de Videira. Como funcionava? Ticão era o dono da droga, em grande quantidade, segundo o inquérito. Ele revendia a Marcos, que contava com a ajuda de Elivelton e Claudir para fazê-la chegar aos consumidores finais. Os contatos sempre eram feitos via celular – que foram grampeados pela polícia e cujas gravações revelaram o esquema. Quando solicitado, Ticão ia até o comércio de Marcos e deixava lá seu carro. Com o carro do comprador, ia até o interior do município, onde mantinha a droga escondida. No retorno, entregava a encomenda e devolvia o carro. A partir daí, a droga, geralmente cocaína, era negociada com os consumidores, sempre via celular. O inquérito remetido à justiça descreve que a maneira de atuar de Ticão sempre dificultou a sua prisão em flagrante, porque ele nunca ficava com a droga em seu poder, a não ser em momentos de entrega. Depois de presos, os envolvidos revelaram o esquema em detalhes, em seus depoimentos. Condenação de Ticão Ticão foi condenado, em 2002, a nove anos e quatro meses de prisão por ter sido o mentor intelectual do assalto à Joalheria Sebben, em junho de 2001. O roubo de 15 quilos de ouro, relógios e jóias ocorreu enquanto a família do proprietário da loja era mantida em cárcere privado. Mais tarde, a pena foi reduzida para oito anos e seis meses. Também foi condenado a sete anos pela justiça da cidade de Mafra, onde participou de um assalto a uma residência. Ele foi reconhecido pelas vítimas como um dos assaltantes que levou mais de R$ 100 mil em jóias e manteve a família sob mira de revólver. O assalto aconteceu no dia 29 de junho de 2001, quando o casal Luiza e Takezi Taunemi, foi rendido por ele e um comparsa. Ticão também foi acusado de ser o mentor intelectual de um assalto à residência da família Mariani, em Iomerê, em 2001. Na época, dezenas de milhares de reais foram subtraídos do local, em circunstâncias que apontavam para sua participação. O processo ainda corre na justiça.


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