Coluna Brinda Brasil – Vinhos chilenos de boa cepa!
Por Rodrigo Leitão Experimentei vinhos trazidos pelas importadoras Terametter e b-cubo, do Rio de Janeiro.
Por Rodrigo Leitão
Experimentei vinhos trazidos pelas importadoras Terametter e b-cubo, do Rio de Janeiro. Destaque para dois grandes vinhos criados pelo enólogo Márcio Moualla que agora está residindo em Brasília. Márcio estudou enologia no Chile e trabalha com conceito de vinho de autor, o mesmo que as boutiques de vinho. Ele conta com mais de cem pontos de venda no Rio de Janeiro. Para isso ele criou seu projeto exitoso chamado Viña Uma Hectarea, com terra, plantação e industrialização no Chile. Vamos aos vinhos:
Puro Instinto – Vinho de assemblage produzido a partir das uvas Syrah (60%), Cabernet Sauvignon (20%) e Cabernet Franc (20%). Primeiro vale destacar que são uvas de altitude, especialmente a syrah, e o corte com Cabernet Franc faz esse vinho explodir em aromas e frutas. Lembra muito os vinhos do Norte do Rhonne e, embora tenha amadirecido por um ano e meio em barricas de carvalho francês, não expõe taninos e nem herbáceos que a cabernet sauvignon chilena poderia acrescentar. É um vinho que pode ser servido para petiscar numa boa conversa ou acompanhar carnes com molhos fortes e molhos vermelhos, pois tem uma acidez muito boa. Os taninos fazem seu papel sem incomodar a boca. No nariz lembra framboesa, groselha, morango e amoras, além de especiarias, porem mais finas que a pimenta preta. Interessante desse vinho é que a syrah vem da região do Maipo Alto, um terroir de grandes apostas no Chile de hoje. Preço médio: R$ 198.
Amir Assemblage Ultra Premium – Este é um dos vinhos Top 10 do Chile. Trata-se de um assemblage elaborado a partir de Cabernet Franc (50%), Syrah (40%), Petit Verdot (7%) e Malbec (3%). Um vinho chileno desconstruído de suas características exageradamente herbáceas, que expurgou o pimentão e trouxe os aromas frutados e florais do Medoc, concentrados na parcela de Cabernet Franc. Aveludado, elegande, bebida redonda e excelente para acompanhar boas carnes. A indução é francesa e, por isso, a uva carmenere, tipicamente chilena ficou fora desse corte. A bebida maturou por 21 meses em barris de carvalho, o que consagrou estrutura de grandes vinhos ao Almir. Não caiam aqui naquela conversinha de que é um vinho com nome árabe, feito no Chile, pelo padrão bordalês e por um brasileiro. Já seria o suficiente para matar o rótulo. E experimente, será uma grande e boa surpresa. Cereja e morangos no nariz, compotas, além de uma leve menta da madeira. Na boca frutas maduras e especiarias, ervas indianas e pimenta preta. Taninos macios, acidez exata, um vinho gastronômico que pede uma cordeiro ensopado com molho mais picante. Um vinho muito equilibrado e com guarda longa. Melhor e mais barato que Almaviva! Preço médio: R$ 365,00.
Rodrigo Leitão, especialista em enogastronomia.
O colunista dedica-se há três décadas ao jornalismo e já passou por redações como O Globo, Jornal de Brasília, TV Brasília, TV Band e Rádio Band News FM, em Brasília onde atua no segmento de comunicação e eventos. Rodrigo Leitão organiza anualmente o Brinda Brasil – Salão do Espumante de Brasília, o maior encontro nacional exclusivamente com produtores de espumantes. Ele já atuou nas áreas de Economia, Política, Internacional, Cultura e Saúde, onde conquistou vários prêmios.
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