
Desde 1998 a Igreja Católica de Joaçaba busca compor um Conselho Comunitário no município, sendo o órgão encarregado de buscar apoio junto aos órgãos federais para assessorar os presidiários. Após anos de tentativas junto ao poder judiciário, em dezembro de 2010 foi liberado a constituição do Conselho através de necessidades que o munícipio apresenta. Hoje o órgão conta com aproximadamente 30 pessoas que compõem a diretoria, entre elas entidades representativas da comunidade e tem como presidente desde 06 de junho deste ano, Antônio Carlos Pereira (Bolinha).
Como função principal, o Conselho busca intermediar ações junto aos órgãos do governo com o intuito de melhorar as condições dos apenados. Por isso, busca projetos de ressocialização, que envolvam as empresas em oferecer serviços aos presos, tendo em vista que hoje, os mesmos já são conduzidos diariamente às empresas para trabalhar ou então recebem afazeres dentro do próprio presídio, com a intenção de inseri-los novamente a comunidade. Desde 2011 sete empresas disponibilizam vagas direcionadas aos presos, as quais pagam um salário por mês. Desse valor, 75% ficam disponíveis ao presidiário para que ele possa usar depois do cumprimento da pena ou então ele autoriza um familiar a movimentar a conta. A quarta parte do valor é destinada ao Conselho para a implementação de ações. O uso desse dinheiro pelo órgão só acontece após aprovação e autorização do juiz. Segundo o presidente do Conselho da Comunidade, Antônio Carlos Pereira – Bolinha – o órgão visa a ressocialização dos presos na comunidade, e, além disso, está em busca da construção de um novo presídio, pois as atuais condições do presídio de Joaçaba estão precárias. “Vamos fazer um pedido a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Santa Catarina, solicitando a construção de um novo presídio, pois acreditamos que a reforma não seria o suficiente para agregar todos os presos e nem dar condições humanas a essas pessoas. Mesmo que elas tenham errado, precisamos entender que são seres humanos que necessitam de condições dignas de sobrevivência”, afirma. O presídio possui hoje capacidade para 50 presos, mas no local o número de ocupantes já é três vezes maior do que o previsto, além de estar em um terreno úmido e com muitas infiltrações, está localizado em uma área residencial do município que proporciona insegurança a toda a vizinhança presente ao lado do presídio atual. Outra ação do Conselho, e que já foi acionada com a parte destinada ao Conselho do dinheiro vindo dos salários dos presos, foi o bloqueador de celular dentro do presidio, que impede a comunicação externa dos presidiários. “Próxima medida que pretendemos realizar no presídio é a instalação de câmeras de segurança, que podem auxiliar na recaptura de presos. Estamos ainda analisando essa possibilidade para trazer mais segurança as instalações do presídio e também a comunidade. São medidas simples, mas que melhoram as condições do presídio e beneficiam os apenados”, finaliza Bolinha.
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