O Hospital Beneficente Sociedade Piratuba/Ipira está enfrentando uma crise financeira que poderá inviabilizar todos os atendimentos prestados as duas comunidade. A falta de dinheiro fez com que os administradores da casa de saúde solicitassem um aumento no repasse de recursos mensais das prefeituras. Ambas mantém um convênio com o hospital, a prefeitura de Piratuba repassa mensalmente R$ 19 mil, a de Ipira R$ 16 mil.
Porém, os dois prefeitos só vão aumentar os valores se a administração do hospital prestar contas do uso do dinheiro. As prefeituras alegam que atualmente a direção do hospital só presta contas através de balancetes, que descrevem valores de entrada e de saída, sem apresentar notas fiscais.
Sem o repasse a situação da entidade é crítica e os prefeitos querem saber onde está o dinheiro, como foi usado e porque o hospital chegou nesta situação. Os administradores teriam alegado para as prefeituras que faltam médicos sem eles não há internações, nem cirurgias, e desta forma não há receita.
Diante da situação os funcionários do hospital decidiram se manifestar. Em nota enviada nesta segunda ao Éder Luiz.com, eles concordam com os prefeitos e também questionam os administradores do hospital. Neste terça os funcionários resolveram paralisar parcialmente as atividades, só atendendo casos de urgência e emergência.
A nova administradora do hospital, que assumiu há dois meses, foi quem expôs a situação. Junto as prefeituras está se buscando uma solução para o problema e para que as comunidades possam continuar a receber atendimento.
Leia a nota dos funcionários na íntegra
Nota dos funcionários do Hospital Beneficente Piratuba/Ipira
Nós, funcionários do Hospital Sociedade Beneficente Piratuba/Ipira, gostaríamos de expor nossa posição em relação à situação da entidade. Deixamos claro nesta nota, que nossa intenção é mostrar a população de Piratuba e Ipira, o que pensamos a respeito do assunto.
Nos últimos dias a imprensa regional mostrou a real situação do nosso Hospital. É fato que hoje estamos passando por problemas financeiros, e nós, nos preocupamos com a população que pode ficar sem atendimento e também com a nossa situação, pois não podemos ficar sem salários e sem emprego.
Queremos deixar claro que nós funcionários, NÃO concordamos com as atitudes da “Administração do Hospital”, que somente agora nos revelou a situação. Todo mês nós temos reunião com a direção da entidade e mesmo assim, só ficamos cientes desta situação complicada, agora, há dois meses, quando a nova diretora, Zilda Gabriela Rese, assumiu o Hospital. Ressaltamos que ela, além de apresentar os fatos verdadeiros para nós, tem trabalhado intensamente para tentar solucionar o problema.
Diante disso, fazemos algumas pontuações e questionamentos:
1 – Concordamos com as Prefeituras, de que é preciso mais transparência na prestação de contas. Passar apenas relatório mensal com valores, com despesas e receitas, não basta, é preciso apresentação de notas fiscais de entrada, saída e movimentações, investimentos, tudo descrito; É dinheiro público, as prefeituras têm razão;
2 – Realmente a falta de médicos agrava a situação, pois o Hospital deixa de fazer cirurgias, internações e com isso, menos receita entra. Porém acreditamos que este não é o único motivo da situação, concordamos que a má gestão contribuiu com o problema;
3 – Nós notamos o aumento de despesas, que considerávamos desnecessárias.
4 – Nós sempre fomos contra a “politicagem” dentro do Hospital e infelizmente notamos que houve isso nos meses que antecederam as eleições municipais. Inclusive existia também, até a nova diretora assumir.
5 – Não sabemos por que, ao assumir a direção em 2011, Jair Antônio Gomes, aumentou seu próprio salário e hoje, a atual diretora, Zilda Gabriela, recebe menos; Não concordamos. Se a situação era difícil, o ideal não seria conter gastos? Sabemos que a Câmara de vereadores questionou isso, por que os dados não foram apresentados?
6 – Sabemos que os ex-administradores, que antecederam Jair e Cláudio, deixaram valores consideráveis em caixa. Estes valores foram todos usados? Com a falta de médicos e menos receita, todo valor de caixa foi usado pra suprir despesas? De obras, durante esta gestão, somente foram feitas, um depósito de lixo, britas no estacionamento, instalação de uma porta na recepção, reativação do posso artesiano, instalação de câmeras de segurança e armários na lavanderia. Existem notas? Queremos ter conhecimento.
7 – Concordamos com o posicionamento dos prefeitos de Piratuba e Ipira. Querem ajudar, mas querem transparência. Porque a Administração do Hospital não apresenta notas? A culpa da situação não é das Prefeituras.
Portanto, queremos deixar claro aos piratubenses e ipirenses, que é isso que pensamos. Não concordamos com as atitudes da direção do nosso Hospital. Hoje não temos mais recursos suficientes para compra de material de expediente, medicação e outros itens necessários. Fomos informados recentemente que “talvez” não teremos pagamento de salários no final do mês e se isso acontecer, não é justo trabalharmos, temos que honrar nossos compromissos financeiros. Podemos parar nossas atividades.
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