
Empresário joaçabense acusado de crimes sexuais contra menores segue preso sem previsão de que será solto
O Delegado Regional de Polícia, Ademir Tadeu de Oliveira, informou nesta quinta-feira, 24, que está reiterando pela manutenção da prisão do empresário Lademir Colombo, preso há um mês em Joaçaba sob a suspeita de crimes sexuais. A medida, segundo o delegado, é para garantir que novas vítimas possam procurar a polícia para informar sobre outros casos em que o acusado poderia ter participado.
Ademir de Oliveira informou que até agora cinco vítimas confirmaram que mantiveram relações sexuais com o empresário, entre os quais menores de idade na época dos fatos. Segundo o inquérito que está em fase de ser remetido a justiça, Colombo oferecia emprego as supostas vítimas em troca das relações.
No andamento do inquérito, o delegado solicitou a Vigilância Sanitária que realizasse uma vistoria na farmácia de Luzerna onde foram comprados pelo empresário medicamentos para tratar doenças sexualmente transmissíveis, que segundo sustenta a polícia, os menores teriam contraído nas relações sexuais com o suspeito. O laudo ainda não foi entregue.
Foi acionada ainda a secretaria de saúde do município de Joaçaba para que faça um acompanhamento dos funcionários e ex-funcionários que contraíram a doença. A notificação destes casos é obrigatória às autoridades de saúde, o que não foi feito na época.
O Ministério do Trabalho também foi notificado sobre supostas irregularidades na contratação de menores pelo empresário. “Ele dizia que empregava menores aprendizes através de convênios, mas verificamos que não havia qualquer formalização neste sentido. Ele se servia dessa desculpa de adolescentes para satisfazer interesses sexuais”. Declarou o delegado Ademir.
O suspeito prestou depoimentos e negou os fatos. “Ele nega tudo, diz que é tudo mentira, mas as investigações o colocaram no local do crime em todos os sentidos. As relações eram feitas na casa dele, e foi ele que levou os meninos no laboratório, pagou os exames, levou na farmácia, pagou as despesas e os exames dos laboratórios foram apreendidos com ele. Então as provas são muito fortes e concretas”. Informa o delegado.
No decorrer das investigações a polícia descobriu que as supostas vítimas teriam sido enganadas sobre os exames. O pretexto usado pelo empresário foi que eles eram necessários para o trabalho que desempenhavam. “O primeiro exame foi o dele em março, que confirmou a doença venérea. Ele passou então a encaminhar os funcionários para exames alegando que eram exames de rotina feitos pela empresa, mas ex-funcionários também fizeram os mesmos exames. Após ter acesso aos resultados ele então disse que os rapazes precisavam ser medicados. O suspeito não explicou direito os diagnósticos aos funcionários”. Disse Ademir de Oliveira.
Sobre o relatório que será encaminhado no inquérito, o delegado acredita que as provas são contundentes para que o empresário permaneça preso, até mesmo pelo fato de já responder e é ter sido condenado por crime da mesma natureza. “Existe uma série de agravantes, entre eles o fato de ser patrão, de ter transmitido doença venérea e dos envolvidos serem menores. E ele estava em liberdade provisória de outra condenação que está em grau de recurso, onde cometeu crime semelhante”. Finalizou o delegado Ademir.
Relembre
Lademir Colombo foi preso em Joaçaba no começo da noite do dia 25 de março, quando policiais civis da Divisão de Investigações Criminais de Joaçaba (DIC) cumpriram um Mandado de Prisão contra o empresário, acusado de abusar sexualmente de menores. Colombo foi preso enquanto fazia compras em um supermercado da cidade.
Os policiais procuraram por ele primeiro na empresa da qual é proprietário, na rua 7 de Setembro, no centro da cidade, como não o encontraram as informações levaram os investigadores até um supermercado na rua Roberto Trompwsky, onde o homem acabou sendo encontrado e recebeu voz de prisão.
Segundo o delegado regional, as investigações começaram quando um investigador da DIC achou estranha a atitude do investigado, que entrou em uma farmácia de Luzerna com dois menores. Após isso os policiais teriam descoberto que ao menos 8 menores realizaram exames em um laboratório para apurar se eram portadores de alguma doença sexualmente transmissível. Após a prisão os exames foram encontrados na empresa do investigado, que foi alvo de um mandado de busca. No total 8 exames foram recolhidos pela polícia em nome de vítimas que prestaram depoimento na delegacia. Segundo o delegado Ademir, 3 deles contraíram doenças sexualmente transmissíveis do mesmo tipo que o investigado é portador. Na casa ainda foram encontradas uma espingarda calibre 32, um revólver calibre 22 e farta munição. O empresário não tinha porte das armas e foi preso em flagrante pelo crime.
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