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Demissões e corte de benefícios nas agroindústrias gera insatisfação no meio sindical

Demissões e corte de benefícios nas agroindústrias gera insatisfação no meio sindical

Éder Luiz

Éder Luiz

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A demissão imotivada de trabalhadores em algumas agroindústrias de Santa Catarina nos últimos meses está motivando forte protesto de organizações sindicais. Não bastasse os afastamentos sem razão externa, diversas empresas também estão cortando benefícios, principalmente no que diz respeito aos planos de saúde. A Fetiaesc - Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Alimentação de Santa Catarina que representa mais de 170 mil trabalhadores e os sindicatos filiados estão insatisfeitos com certas agroindústrias. “Não encontramos motivos aparentes nem razoáveis justificativas para as demissões”, condena o presidente da federação Miguel Padilha.

O dirigente sindical lembra que existe grande carência de mão de obra no mercado, com muito mais vigor nas indústrias frigoríficas. Municípios e regiões próximas a grandes empreendimentos econômicos não atendem as necessidades da produção. Isso exige a “importação” de mão de obra distante e até do exterior como é o caso dos Haitianos, com maior incidência.

As organizações sindicais querem discutir todos os assuntos de relação especifica entre capital e trabalho “visando soluções pontuais”, mas não encontram eco à pretensão. O comportamento está fazendo com que a federação e os sindicatos exteriorizam sentimento de revolta e indignação. Os trabalhadores muitas vezes demitidos imotivadamente “lutaram arduamente ano após ano” pelo crescimento da empresa e “mantém viva a esperança de crescimento profissional”. No entanto, ao invés de serem vistos como bons profissionais são demitidos sem discussão.

Desnorteado 

Em muitos casos a empresa onde atuam é a única do Município ou região a gerar o emprego no qual o trabalhador se especializou. “A demissão causa uma frustração sem tamanho” e desorienta o profissional. Busca emprego longe de seu atual domicílio e é forçado a vender a propriedade “construída após anos de trabalho e com muito sacrifício” por um valor irrisório. 

No campo dos benefícios a situação é constrangedora. Padilha lamenta que essas empresas estejam cortando planos de saúde e atestados médicos não estão sendo aceitos. O programa PLR - Participação nos Lucros e Resultados está muito abaixo da expectativa. “Quanto mais os empregados trabalham, mais metas são cobradas pelos patrões”, declara.

Além de descortês, os atos unilaterais abalam causando apreensão e revolta de trabalhadores e das instituições sindicais representativas. Diante dos “fatos injustos e até imorais”, as entidades reclamam imperiosamente. Exigem que estes procedimentos acabem e querem ser chamadas para discutir os assuntos de interesse dos empregados. Pedem que exista respeito mutuo e que as empresas, quando decidirem baixar custo de produção, não o façam demitindo trabalhador ou por medidas que venham baixar a qualidade de vida dos empregados e suas famílias.


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