No Dia do Amigo – Histórias que só acontecem entre amigos de verdade!

Dizem que amigos de verdade, aqueles para qualquer hora, podemos contra nos dedos. Afinal, poder chamar alguém de amigo é um privilégio, assim como ser amigo. Mas existe uma frase incontestável sobre o assunto – O charro é o melhor amigo do homem! Alguém duvida?

Esta amizade entre homem e cão vem de longe, de tempos que nem é possível mensurar, mas até mesmo na crença do povo lá estão nossos amigos de quatro patas. Na história de São Roque, que doou todos os seus bens para viver entre os menos necessitados, foi um cão que o ajudou quando ele doente ficou isolado na floresta. O animal levava todos os dias alimento para o santo católico, apanhando onde encontrasse, até que seu amigo humano curou.

Mas essas histórias não são somente narradas em livros e contos, elas são encontradas bem próximas de nós. Foi assim que buscamos em Joaçaba e Herval, neste dia do amigo, fatos que demonstram esta amizade verdadeira. Com apoio da ONG Amigos dos Animais, reunimos personagens humanos e cães, que nas dificuldades abraçaram um ao outro. Os relatos contam como o humano pode retribuir da forma mais generosa possível esta amizade.

São estas lições de vida, amor e acima de tudo amizade que estão descritas abaixo e mostradas nas fotos que ilustram esta reportagem. A presidente da ONG, Karine Lopes, é quem narra.

A história da Prince  - O soldado Marcos da Polícia Militar me informou por telefone que um senhor estava no quartel com uma cachorra que havia sido atropelada em frente ao Passarela. Encaminhei ela para Auquemia Veterinária, nossa parceira na causa, e a Prince estava gravemente ferida, com sua pele da barriga toda aberta. Foi realizada a cirurgia, porém Prince não voltaria a andar. Segurei-a comigo, pois imaginava que se já era difícil a adoção de um cão em perfeito estado, imagine paralitica. Foi então que tivemos a grande surpresa, a Andrea Rizzi me procurou e queria adotar a Prince. Fiquei muito feliz e a Prince está em um ótimo lar com todo amor e carinho que merece. 

A história da Maya -A Policia Militar Ambiental entrou em contato com a ONG pedindo se poderíamos auxiliá-los em um caso com uma cadela boxer totalmente debilitada, abandonada no final de um lote, amarrada. Ao chegar me deparei com a pior cena da minha vida. Uma cadela que dava de contar os ossos, com a parte que liga a cabeça com a orelha inteira aberta e cheia de parasitas, não tinha nem forças para se erguer, um cão largado para morrer aos poucos. E pior, tinha dono. Maya ficou mais de um mês internada, mas conseguimos salvá-la. A princípio a hipótese seria que teríamos que retirar sua orelha, pois estava praticamente sem vida. Uma Moça chamada Karine Biazzi me ligou e me surpreendeu ao dizer que queria a cadela para ela com ou sem orelha. Mas graças A Deus não foi preciso retirar, sua orelha reagiu ao tratamento. Maya esta em um super lar. 

Os cães que viviam em uma gaiola -Resgatamos dois cães de uma mulher que mudou de casa. Ela vivia de aluguel e tinha seis cães, mas em sua nova casa o locatário não aceitava animais. A ONG se comoveu com a história, o proprietário aceitou quatro de porte pequeno, mas dois cães médios tiveram que ficar para a ONG, até por que eles viviam em uma gaiola de madeira, eram de dois irmãos. Tentamos doá-los separadamente, porém o vínculo entre os irmãos era tão forte que os dois ficaram doentes. Juntamos eles novamente e sua doença sumiu. Mas ficou a dúvida, como doar dois cães juntos? Resolvemos publicar a história no Facebook e uma moça chamada Andreia Maia, de Capinzal, se comoveu e adotou os dois que, quando soltos em um gramado deitavam e rolavam no sol. Para nós não teve preço. 

A história da Nataly e seu dono especial -Nataly era uma filhote que vivia na mesma casa que Maya. Eu pensava nela todo dia, se o futuro dela não seria como o da Maya. Postei fotos dela e uma moça ligou dizendo que o filho viu e queria muito a cadela, e que já tinha dado até o nome de Nataly. Era um domingo, pensei comigo, vou levar e ver o local, pois para mim era um alivio tirar ela daquela casa! Ao Chegar minha surpresa era um menino que tinha paralisia cerebral e não caminhava. Ao largar a Nataly no chão ela foi direto nele, se encostou e não desgrudava mais de perto. Meu Deus, quanto chorei, pois parecia que um estava à espera do outro! A história de Beethoven Beethoven é um cão boxer branco, que apanhamos em uma denúncia em Herval d´Oeste. A denúncia dizia que ele estava vivendo em péssimas condições e abandonado. Fomos ao local para ver, conversamos com a polícia e com a família e conseguimos levar o cão. Beh, como é carinhosamente chamado, foi adotado por Liana Piovesan e está feliz com a nova família.  O Chow Chow e o Shitzu Recebemos uma denúncia no celular da ONG que em Barra Verde havia dois cães sofrendo de maus tratos, sem água e comida. No local vimos que o shitzu nem andava por causa dos pelos que estavam todos cheios de nós. O proprietário nos indagou: tantos cães de rua e por que vocês vêm incomodar os meus? Resposta: já vimos cães de rua em melhor situação que os seus! Enfim, não cumpriu o prazo tiramos os cães, castramos e doamos. 
A história da Lilica Franciane Barbosa encontrou a Lilica no caminho de volta pra casa. A cadela tinha um grande tumor de mama, estava com gripe, tossindo muito e com dificuldades de locomoção. Segundo informações, ela dormia na rua há muito tempo. Chocada com a situação, fez as fotos e postou no grupo da ONG, pedindo ajuda para a cirurgia de remoção do tumor. Várias pessoas que conheciam a cachorra, vendo a foto, se prontificaram a ajudar com o tratamento. A Paulinha Tomachinski doou a casinha e a Maila Barros pagou a cirurgia. Hoje ela está na casa da Franzinha, linda, forte e muito feliz e seu tratamento continua. Tem aproximadamente 12 anos e nunca mais vai dormir na rua. O amor que ela retribui a todos da casa faz com que tudo tenha valido a pena.

A história dos cães da colecionadora de animais Descobrimos uma colecionadora de cães, ela tinha mais de 60 animais que se mutilavam de fome. Quando chegamos lá os cães estavam brigando por um rato morto. Começamos a doar ração e fazer a doação deles. Jaqueline Zago adotou a Luna. Ela viu nas fotos a linda cadelinha e quis adotá-la. Hoje ela esta em um lar muito feliz. A Jaque viu a foto do Vermelho e se apaixonou, nem mesmo perguntou se era macho ou fêmea. Foi amor à primeira vista, e a sorte do nosso amigão. Rantara, do mesmo inferno da colecionadora, é uma cadela idosa e quando entrei no canil ela vinha e me mordia o calcanhar e sai correndo. Na terceira vez que ela fez isso resolvi segui-la. Me deparei com uma cena jamais vista. Ela queria na verdade me mostrar que havia outro cão morto dentro da casinha. O empurrava com o fuço em minha direção. Ela não foi doada por se tratar de uma cadela idosa, tem apenas dois dentes e esta com a ONG e muito bem cuidada. Fotos: Colaboração da ONG Amigos dos Animais Arte nas imagens: Amanda Baratieri