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Diário da violência

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Éder Luiz

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A família de Ana Carolina Antoniolli, 20 anos, após a sua morte ocorrida na quarta-feira, encontrou um diário onde a jovem relatava situações que vinham acontecendo na sua vida. Num pequeno caderno, ela escrevia sobre as agressões que sofria do namorado, Pierre Reia, 22 anos, e até cárcere privado. De acordo a mãe da vítima, Maris Antoniolli, sua filha morreu para proteger a família. Ana Carolina foi assassinada com 18 facadas pelo próprio Pierre, que foi detido em flagrante logo depois do crime. Ambos moravam em Caçador antes de deixar a cidade e ir para Balneário Camboriú.

No apartamento de Ana Carolina, além do diário foi encontrada uma máquina fotográfica com imagens que mostram a jovem com o corpo cheio de hematomas. Segundo a mãe, a família desconhecia as agressões. “Ela nunca nos contou que apanhava e que era ameaçada de morte. Ela sempre nos ligava chorando e quando perguntávamos o motivo ela dizia que era saudade”, revela Maris. Maris comentou que em conversa com os vizinhos da filha em Balneário Camboriú, descobriu que Carolina vivia em total cárcere privado e apanhava todos os dias. Ele não deixava ela ter contato com nenhum familiar e ainda dizia que se ela fugisse, mataria toda a sua família. De acordo com a irmã de Carolina, Katieska de Freitas e também a mãe, nas raras vezes que a jovem ligava para a família, sempre pediam para ela abandonar tudo e voltar para Caçador. “Ela sempre dizia que tinha um motivo muito forte para ficar lá, mas que quando conseguisse voltar contaria tudo”, lembra a irmã. Katieska contou que a irmã estava em Caçador até no sábado, 18, quando Pierre ligou ameaçando-a mais uma vez. Já em Balneário, na quarta-feira, 22, quando foi morta, Ana Carolina estava arrumando suas coisas para deixar o namorado e voltar em definitivo. Este teria sido o motivo da ira de Pierre, segundo a irmã. A irmã contou ainda que ficou dois dias sem falar com Carolina. Por intermédio de alguns parentes em Balneário Camboriú, conseguiu um contato e conversou com ela pela última vez no dia que Ana foi morta. “Conversei com ela às 13h e às 19h um vizinho ligou contando que a minha irmã tinha sido esfaqueada pelo companheiro”. A mãe revelou que algumas coisas que estavam acontecendo com Carolina em Balneário Camboriú, ela já sabia, mas desconhecia as ameaças e que inclusive, a jovem tinha registrado um boletim de ocorrências por cárcere privado além dos outros de violência doméstica. “Ela só não fugiu de medo que acontecesse algo com a sua família”. Em entrevista à Rádio Caçanjurê, de Caçador, na semana passada, Maris Antoniolli disse que Pierre é “um psicopata”. Ela revelou ainda que a mãe do rapaz foi até o velório de Ana Carolina, pediu perdão e disse que não gastaria um centavo com advogdo para defesa do filho. O Crime Na noite da quarta-feira (22), por volta das 18h40, a Polícia Militar prendeu em flagrante Pierre Reia, de 22 anos. Após uma discussão, ele esfaqueou a namorada, dentro do apartamento, localizado na Rua 1001, Centro de Balneário Camboriú. A jovem de apenas 20 anos não resistiu e faleceu. Segundo informações da PM, os moradores do Ed. Small chamaram a polícia após desconfiarem que estava havendo uma briga de casal em um dos apartamentos do prédio. No local, a vítima, Ana Carolina Antoniolli, de 20 anos foi encontrada com ferimentos graves, ela foi socorrida pelo SAMU e levada ao Hospital Ruth Cardoso. Vizinhos contaram que após receber os primeiros golpes, Ana Carolina conseguiu fugir para outro apartamento. O suspeito perseguiu a vítima e ameaçou os vizinhos, que deixaram o local. Foi neste momento que Pierre desferiu outras diversas facadas na namorada. O acusado foi encaminhado à delegacia e preso por tentativa de homicídio. Ana Carolina Antoniolli não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital às 23h do mesmo dia. Segundo informações da polícia, ela recebeu 18 facadas do companheiro, que será agora acusado por homicídio doloso, quando há intenção de matar. O crime ocorreu em um apartamento no Centro da cidade, onde o casal morava há cerca de três meses. Antes, os dois viviam na cidade de Caçador.


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