Divulgação de vídeos íntimos na internet cresce na região
Divulgação de vídeos íntimos na internet cresce na região
Casos nas regiões de Joaçaba e Campos Novos confirmam que jovens e adolescentes estão divulgando cenas de sexo pelos celulares utilizando as redes sociais
A intimidade das pessoas ganhou outra dimensão com a criação das redes sociais. É comum ver usuários expondo sua intimidade e rotina sem preocupação com as consequências que isso pode trazer, afinal, estamos falando de algo que tem alcance mundial em poucas horas.
Recentemente os casos de exibicionismo foram além do que até então era conhecido e cenas de sexo gravadas com celulares passaram a ser distribuídas por ferramentas como o WatsApp, uma rede social voltada para aparelhos móveis, como em recentes casos registrados em nossa região.
O Éder Luiz.com teve acesso a dois vídeos, um feito na região de Joaçaba e outro na região de Campos Novos, onde jovens aparecem em cenas explicitas, que deveriam ser guardadas apenas para a intimidade, mesmo assim com o risco de que em algum momento isso possa vir a público.
Mas estes podem não ser os únicos vídeos distribuídos em celulares pela região, já que existem relatos de outras gravações, mas que não chegaram até a polícia, assim como os casos citados, sobre os quais ainda não há registros nas delegacias.
Pelo menos um dos vídeos já está em poder da Divisão de Investigações Criminais de Joaçaba (DIC). A mãe da jovem que aparece em uma das gravações teria procurado a polícia de forma informal alegando que as imagens foram distribuídas sem o consentimento da filha, o que estaria causando grande constrangimento e abalo emocional. O vídeo, de aproximadamente 1 minuto e 30 segundos, foi gravado com um celular pelo rapaz que manteve relações sexuais com a jovem, mesma situação do caso que aconteceu na região de Campos Novos, onde a gravação é mais extensa. Todos os envolvidos aparentam ser maiores de idade.
Casos investigados na região
Em Curitibanos a Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (Dpcami) registrou um grande número de boletins de ocorrência por exposição indevida de imagens na Internet nos últimos seis meses, sendo de maior incidência, a propagação de imagens eróticas de menores.
Segundo o delegado Leandro Carlos Consolo, responsável pela delegacia especializada, o fato é um crime grave. Quando a foto de pessoas adultas é exposta sem autorização, a pena é de três meses a um ano, pena aplicada também, quando se trata de crime cibernético, quando a imagem foi subtraída por terceira pessoa ou hacker. “Indiferente se a imagem foi cedida ou furtada, configura crime e pode punir tanto quem dissemina quanto quem armazena as imagens. As vítimas devem denunciar para que possamos fazer o procedimento e encaminharmos ao Fórum".
Ele completa que os meios de propagação dessas imagens são inúmeros e isso dificulta o rastreamento dos possíveis divulgadores. As imagens são armazenadas e enviadas de celulares e tablets, através de aplicativos como o Whatsapp, e também por computadores, notebooks, pendrives, CDS e e-mails, seguindo para as redes sociais e espalhando-se em uma velocidade incontrolável.
Riscos da exposição
Muitas vezes, movidas pela paixão, as pessoas não imaginam as consequências que tais atos podem trazer. As imagens são usadas em alguns casos como forma de vingança após términos de relacionamentos. Um caso no Rio Grande do Sul deixou a comunidade de Veranópolis chocada no final do ano passado. Uma adolescente de 16 anos se suicidou após vazarem imagens dela seminua feitas por um colega com quem teve um relacionamento. O vídeo foi distribuído entre celulares após ser gravado na webcam do computador.
Especialistas apontam que a melhor forma de evitar que os filhos caiam em ciladas como estas é manter um diálogo franco e aberto com os jovens e adolescentes, explicando sobre os riscos que podem ser vítimas.
Crimes
Em casos que envolvem crianças e adolescentes o artigo 241A do Estatuto da Criança e do Adolescente, qualifica como crime grave a divulgação de imagens de crianças ou adolescentes em situação de sexo explícito ou pornográfica. A pena é de reclusão, de 4 a 8 anos, e multa.
Em casos envolvendo maiores, se alguém divulgar um vídeo ou imagem sem autorização e a pessoa se sentiu ofendida, a orientação é procurar um advogado e levar uma prova de onde está o material, isso pode garantir judicialmente a quebrar do sigilo do autor. Em casos de comprovação cabe solicitar uma indenização.
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