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Em busca de respostas – Comissão Estadual da Verdade estará terça-feira em Joaçaba

Em busca de respostas - Comissão Estadual da Verdade estará terça-feira em Joaçaba

Éder Luiz

Éder Luiz

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A Comissão Estadual da Verdade Paulo Stuart Wright estará reunida em Joaçaba nessa terça-feira, dia 15, a partir das 16 horas, no auditório Afonso Dresch – no campus 1 da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) com o objetivo de ouvir depoimentos que possam auxiliar no trabalho de investigação das violações de direitos humanos praticadas por motivação política no Estado de Santa Catarina.

A comissão visa ouvir presos políticos do Regime Militar de 1964 a 1985. De acordo com Anselmo Livramento Machado, coordenador da comissão, além de Joaçaba, já estão programadas audiências em Criciúma e São Francisco do Sul. Uma quarta audiência poderá ser realizada em Joinville. Conforme os coordenadores, caso as pessoas que tiveram seus direitos violados na época da ditadura tenham falecido ou não mais morarem na região, depoimentos de parentes próximos e amigos podem ser colhidos também. Uma exposição de fotos e um audiovisual retratando o difícil momento político vivenciado pelo Brasil serão apresentados. Um joaçabense desaparecido durante o regime Há quarenta anos um cidadão joaçabense desaparecia para nunca mais ser visto. Seus últimos passos foram completamente apagados e o que restou foi somente a angústia de não saber o que aconteceu com Paulo Stuart Wright. Na primeira semana de setembro de 1973, com o Brasil mergulhado no regime militar, Paulo já tinha seu mandado como deputado estadual cassado por falta de decoro, não ia as sessões da Assembleia Legislativa usando gravata, foi o argumento para a cassação do deputado joaçabense. Wright estava em São Paulo quando desapareceu. Segundo relataram amigos, era mais um dos tantos encontros perigosos naqueles terríveis anos de repressão. De codinome Pedro João Tim, Paulo Stuart Wright saiu de uma das casas onde se escondia alguns dias por semana no centro de São Paulo e seguiu em direção à Estação da Luz ao encontro de dois companheiros. Em seguida, entraram no trem em direção a Santo André. O amigo baixinho e o amigo estudante perceberam que estavam sendo seguidos e pediram que Paulo disfarçasse. Com a blusa de frio no braço, deixou cair no chão o jornal inseparável, deu uma olhadela pela volta e compartilhou a mesma sensação: estavam sendo seguidos. Decidiram descer do trem. O baixinho primeiro, o estudante depois e Paulo por último. Depois disso, o catarinense Paulo Stuart Wright não foi mais visto com vida. Preso, torturado e assassinado, seu corpo até hoje não foi localizado.


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