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Emprego e renda são os grandes gargalos do micro região

Emprego e renda são os grandes gargalos do micro região

Éder Luiz

Éder Luiz

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O IFDM, o Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal, é um estudo anual do Sistema FIRJAN que acompanha o desenvolvimento de todos os mais de 5 mil municípios brasileiros em três áreas: Emprego & Renda, Educação e Saúde. Ele é feito, exclusivamente, com base em estatísticas públicas oficiais, disponibilizadas pelos ministérios do Trabalho, Educação e Saúde.

Mesmo com um recorte municipal, foi possível gerar um resultado nacional discriminado por unidades da Federação, graças à divulgação oficial das variáveis componentes do índice por estados e para o país. De leitura simples, o índice varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento da localidade. Além disso, sua metodologia possibilita determinar, com precisão, se a melhora relativa ocorrida em determinado município decorre da adoção de políticas específicas ou se o resultado obtido é apenas reflexo da queda dos demais municípios.

Os dados de referência são publicados sempre após dois anos, ou seja, os índices deste ano dizem respeito a analise do quadro de 2010. Na tabela de avaliação das três cidades que formam o pólo central do meio oeste catarinense, mais precisamente do Vale do Rio do Peixe, fica claro os índices de emprego e renda foram os principais responsáveis pela queda no ranking dos três municípios, mesmo com evolução do índices de saúde e educação.

Emprego e renda os grandes vilões do desenvolvimento municipal no Vale do Rio do Peixe

O IFDM–Emprego&Renda acompanha o mercado formal de trabalho, com base nos dados disponibilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Como o próprio nome sugere, o indicador trabalha com dois subgrupos, ambos com o mesmo peso (50% do total) no indicador final: emprego formal (postos de trabalho gerados) e renda (remuneração média mensal do trabalhador formal).

Surpreendente ou não, na compilação dos dados, foi justamente esse índice o principal responsável pela vertiginosa queda no ranking de Santa Catarina e Brasil dos três municípios do vale do Rio do Peixe. A maior queda foi no município de Herval d´ Oeste, seguido por Joaçaba e depois Luzerna, conforme a tabela. Segundo a Firjan, esses índices significam que em emprego em renda a região apresenta um desenvolvimento regular. Dos três municípios, Luzerna e Joaçaba, apresentam o melhor desempenho, ficando acima da média geral da pesquisa que é de 0,3759, onde se enquadram a maioria dos municípios brasileiros. Herval d´Oeste nesse índice, fica abaixo da média nacional com resultado de 0,2827, e vem de uma queda desde 2008, assim como Joaçaba. Luzerna apresenta queda também, mas apenas em relação ao ano passado.

Municípios melhoram seus índices de Educação e Saúde

Os dados divulgados no último final de semana demonstram uma evolução nos índices de educação e saúde. No caso especifico da saúde, segundo a Organização Mundial de Saúde, a atenção básica “é o primeiro nível de contato dos indivíduos, da família e da comunidade com o sistema nacional de saúde pelo qual os cuidados de saúde são levados o mais proximamente possível aos lugares onde pessoas vivem e trabalham, e constituem o primeiro elemento de um continuado processo de assistência à saúde”. Partindo da premissa de que o nível primário de atendimento à população é prioritário e deve existir em todos os municípios brasileiros, o IFDM adotou as variáveis Atendimento Pré-Natal, Óbitos Mal Defi nidos e Óbitos Infantis por causas evitáveis por se constituírem fatores reconhecidamente de atenção básica.

Já na educação o O IFDM-Educação foi idealizado para captar tanto a oferta como a qualidade da educação infantil e do ensino fundamental nos municípios brasileiros, de acordo com as competências constitucionais dos municípios. Desse modo, apesar de não ser viável e/ou eficiente esperar que haja uma universidade em todo município brasileiro — nem mesmo ensino médio, esse de competência estadual — pode-se exigir que todo município apresente ensino fundamental de qualidade.

No quesito educação, os três municípios apresentaram melhorias de seus índices em relação a 2009. A única ressalva ficou para o setor de educação de Joaçaba, que apresentou uma pequena queda, resultante da redução da oferta de ensino fundamental ocorrida naquele ano. Ainda falando em educação, apenas Herval d´Oeste, não obteve a mesma classificação da maioria do municípios catarinense, onde 60,1% tiveram seus índices variando de 0,8 à 0,9.

Na saúde os três municípios aumentaram seus índices e estão dentro do quadro de classificação da maioria dos municípios catarinense, onde 52,2% do município apresentam índices variando entre 0,8 à 0,9. O destaque foi para Luzerna, que apresentou o maior crescimento dos três municípios. A pesquisa confirma que os três municípios nas áreas de saúde e educação, apresentam desenvolvimento municipal acima da média nacional e dentro dos parâmetros de Santa Catarina e Brasil.

Análise do quadro, confirma estudos recentes

Estudos recentes apresentados pela Unoesc de Joaçaba, confirmam os dados apresentados na pesquisa deste ano. O principal gargalo do desenvolvimento da micro região do Vale do Rio do Peixe, está inteiramente ligado ao setor de econômico. Mesmo com a constatação do senso comum, da grande oferta de mão de obra, da alta renda na região, os números são um reflexo de um quadro pouco discutido na sociedade local.

Similar a outras regiões do Estado, principalmente a do interior, a pesquisa aponta que existe a crescente necessidade na busca de atração de novas empresas, melhoria de renda e conseqüentemente da qualidade de vida. Especificamente no quadro econômico, 2010 foi o ano da ressaca da grande crise econômica de 2009 e conforme os analistas, o quadro só tendia a melhoras no primeiro semestre de 2011.

O aquecimento nos três municípios da construção civil, a abertura de novas empresas, principalmente em Herval d´Oeste, que implantou seu distrito industrial e em Joaçaba que recebeu obras da primeira usina de bicombustível e também apresentou abertura de novas empresas, seja no setor industrial ou ainda comércio e prestação de serviços, poderá fazer com que os índices de 2011 sejam melhores. O certo é que não são ações imediatistas, assim como a reabertura do frigorífico Aurora, que irá ofertar diretamente mais de 600 empregos, mas para daqui alguns meses ainda.

Diferente da crença de grande parte da sociedade, o setor produtivo, que era considerado de bom desempenho, revela-se no estudo da Firjan como preocupante e indica profunda analise para o desenvolvimento dos próximos 10 anos. A busca por novas empresas, principalmente aquelas que apresentem mão de obra de alto custo, como a indústria da inovação e tecnologia são a saída para o quadro. Outro quesito é o fortalecimento de setores como prestação de serviços e comércio nos três municípios, mas principalmente uma ação que garanta a manutenção de empresas já instaladas nas três cidades, com especial atenção a ampliação da sua atuação local, ofertando assim mais empregos e melhorando a renda de seus colaboradores e dessa forma fazendo com que a roda da econômica local aconteça de forma mais efetiva.


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