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Geral

Erro médico

A agricultora Lindi Luzia da Silva de 29 anos procura respostas.

Éder Luiz

Éder Luiz

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A agricultora Lindi Luzia da Silva de 29 anos procura respostas. Em Tangará no mês de setembro iniciou uma verdadeira via sacra, grávida – pelas suas contas de um mês procurou o Posto de Saúde do município para a realização de exames rotineiros para uma gestante.

O primeiro exame ocorreu no posto, no dia 28 de setembro de 2011, quando as enfermeiras utilizaram um aparelho para ouvir o coração do bebê. “Segundo elas disseram ouviram o som do coração da minha bebê. Confiei nelas”, diz emocionada. No dia seguinte, Lindi consultou com um novo médico da cidade, ao menos era como os tangaraenses o conheciam. Fernando Montero Ramos era falso médico e foi preso no início do mês de outubro. Por exercício ilegal de medicina, falsidade ideológica e falsidade de documentos. Ele estava tentando trabalhar há cerca de uma semana no Posto de Saúde central do município. Lindi saiu da “consulta” com novas requisições de exames de ultrassom para o dia 05 de outubro. Os exames novamente não confirmaram a gravidez. No dia seguinte, 06 de outubro, em Videira Lindi teve nova consulta com Dr. Edilson Fontinelle Cerqueira, novas requisições de exames e um tratamento de “amenorréia”, além de um atestado afirmando que Lindi não estava grávida. “Já estava desistindo de tudo, quando marcaram para o dia 11 de outubro novo exames de ultrassonografia com o Dr. Edilson. Novamente negativo, segundo o exame não estava grávida, tive inclusive que ouvir do médico a seguinte frase: “Eu deixo de ser médico se você estiver grávida”. Como duvidar de exames tão confiáveis, não é?”, conta a agricultora acusando o médico videirense Edilson Fontinelle Cerqueira de erro médico. “Mas eu duvidei. Segundo os médicos, não existe exames de gravidez negativa, mas no meu caso os exames estavam errados. Passei por louca, diziam que tinha gravidez psicológica e até cistos. Me falaram ainda que sempre fui gorda e que estava com uns quilos a mais”, salienta Lindi. A agricultora passou por três médicos e realizou diversos exames que não confirmavam sua gravidez. Dois ultrassons realizados em abril de 2012, quando estava com 30 semanas e outro em maio de 2012, com 35 semanas em cidades diferentes não confirmaram presença de feto. “Depois de tantos exames, médicos e julgamentos de pessoas próximas, me chamando de mentirosa, deixei o tempo passar e no dia 21 de março de 2012, eu e meu marido sofremos uma acidente em Ibicaré. Fui atendida, mas não quis tomar nenhum remédio e nem me consultar”, conta. A confirmação veio no dia 10 de outubro de 2012. Sua filha estava com 29 semanas e seis dias. Lindi fez outra ultrassonografia no dia 28 de maio de 2012, e a bebê que já tinha nome – Graziela- estava com 36 semanas. “Uma mãe sempre sabe, sentia minha filha dentro de mim”. Graziela nasceu no dia 29 de junho de 2012 com 3.370 e 49 cm. “Agora minha filha tem cinco meses, e eu procuro respostas. Dizem que quero aparecer, já busquei diversos veículos de comunicação e inclusive já contratei um advogado para entrar com a ação indenizatória contra o médico que afirmou que não estava grávida”, diz. “A maior prova de que eu estava certa, está me dando alegrias há cinco meses”. Lindi ainda destaca que com seu primeiro filho, Adelar que nasceu em 2008 aconteceu à mesma coisa. Exames e médicos não confirmaram sua gravidez. No ano de 2009, novamente grávida, exames e médicos novamente deram a negativa. A agricultora perdeu o bebê quando estava com 4 meses de gestação. Contraponto A enfermeira que atendeu Lindi, Solange Ribas Zago disse que todo o auxílio médico foi dado para a paciente. “Exames radiológicos, de sangue, urina e outros foram realizados, mas sem a comprovação da gravidez não poderíamos dar início ao Pré-natal, que tem papel fundamental na prevenção e/ou detecção precoce de patologias tanto maternas como fetais”, disse. Contraponto II O médico Dr. Edilson Fontinelle Cerqueira, que Lindi acusa por erro médico, em afirmar que não estava grávida inclusive com atentado, disse que a paciente não estava grávida no período que a procurou pela primeira vez. “Exames de sangue só confirmam gravidez a partir de 3 semanas. Enquanto as ultrassonografias com 5 meses. Lindi me procurou quando estava com aproximadamente duas semanas, e neste período apenas um exame de sangue pode constatar a gravidez, o quantitativo”, explica. “Quando a consultei, Lindi não estava grávida”. “Ela voltou a consultar novamente, comigo e após seis meses e ai constatei a gravidez”, lembra. “Ela também passou por dissabores, em duas gravidezes, em uma delas perdendo o bebê. Além disso, teve a infelicidade ou má fé após ser atendida por uma enfermeira com forte ligação política e consequentemente com interesses no caso, também por ser um período eleitoral”, ressalta. Dr. Edilson lembra que com apenas duas semanas não se tem condições de confirmar a gravidez pelos exames solicitados. “A paciente foi induzida pelas enfermeiras, associados aos aspectos psicológicos e pelos dissabores afirmava estar grávida enquanto não estava”, conclui.


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