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Especial – Alcoolismo uma luta sem fim!

O Éder Luiz.

Éder Luiz

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O Éder Luiz.com começa hoje uma série de reportagens sobre o problema do alcoolismo e o apoio oferecido pelo grupo de Alcoólicos Anônimos que atua em Herval d´Oeste. Nosso objetivo é mostrar histórias de pessoas que lutam contra a dependência e aqueles que vencem a batalha a cada dia, um dos objetivos de quem freqüenta o grupo, já que o tempo para ficar longe do vício é somente por hoje.

A reportagem quer também alertar sobre os riscos e problemas causados pelo álcool, com o objetivo de despertar, justamente na semana do carnaval, onde o consumo de bebidas alcoólicas aumenta, a consciência sobre este que é um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil. Dados mostram que no País, 90% das internações em hospitais psiquiátricos por dependência de drogas, acontecem devido ao álcool, e motoristas alcoolizados são responsáveis por 65% dos acidentes fatais somente no estado de São Paulo. Conviver com uma doença que é socializada em meio a encontros com os amigos e até mesmo entre a família é algo muito difícil na vida dos alcoólatras. O problema que muitas vezes começa com a desculpa de beber socialmente, se torna cada vez mais grave para quem sofre com este aml que não tem cura, somente tratamento. A dependência está aumentando entre os brasileiros e cada vez mais cedo. Um estudo realizado em 2004 mostrou que entre jovens de 18 a 24 anos, 78% já fizeram uso da substância e 19% são dependentes. O pior no meio deste grave problema é a quem recorrer, ainda mais quando a família do alcoólatra também é afetada pelo problema, o que torna a doença ainda pior, atingindo indiretamente até mesmo aqueles que não fazem uso do álcool. Talvez muita gente não saiba, mas em Herval d´Oeste um grupo vem sendo há 24 anos o abrigo e o refúgio para quem quer ficar longe do álcool, apenas por um dia, o que já é o suficiente para os Alcoólicos Anônimos. O Éder luiz.com acompanhou um dos encontros, que reúnem homens e mulheres, todos em busca da sobriedade. “Meu nome é José e eu sou um alcoólatra” A reunião do AA começa com um simples ritual, a Oração da Serenidade: Concedei-nos, Senhor, a Serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, Coragem para modificar aquelas que podemos, e Sabedoria para distinguir umas das outras. Depois, cada um que se apresenta durante o encontro para contar sua história assume que é um alcoólatra, “Meu nome é José e eu sou um alcoólatra”. O primeiro passo para quem quer se livrar do vício é reconhecer a dependência. Alguns já estão há 25, 29 anos sem consumir qualquer bebida alcoólica, outros visitam o grupo pela primeira, segunda, ou terceira vez. Um dos fundadores do grupo, que não revelaremos o nome devido a regra do anonimato da irmandade, conta que começou a beber muito cedo, mas foi ao 29 anos que descobriu o quanto o hábito estava fazendo mal. “Em 1983, aos 29 anos, eu era casado e tinha três filhos. Mas devido a bebida perdi minha família. Foi ai que vi que estava sozinho e procurei a ajuda de um médico para me livrar do alcoolismo, mas como qualquer alcoólatra minimizei o problema. Lembro que o Dr. Aluar de Oliveira Pinto disse que eu não precisava da ajuda dele, já que falei que só bebia socialmente. Na outra consulta eu falei a verdade e ele me indicou o livro dos 12 passos”. Conta, referindo-se ao guia usado pelos Alcoólicos Anônimos, que é originado em um programa de Doze Passos, criado nos Estados Unidos em 1935 por William Griffith e Doutor "Bob" Smith, inicialmente para o tratamento de alcoolismo e mais tarde estendido para praticamente todos os tipos de dependência química. “Depois disso me mudei para Curitiba e comecei a freqüentar um grupo de alcoólicos de lá. Confesso que muitas vezes fraquejava, mas sempre buscava este apoio. Para quem é alcoólatra o menos indicado é querer enfrentar a situação sozinho, muitas vezes quem cai nesta armadilha acaba voltando a beber. Hoje quando eu viajo, por força de minha profissão, a primeira coisa que faço é me informar se existe naquele local um grupo de Alcoólicos Anônimos, assim eu sei que estou entre amigos e pessoas que vivem o mesmo problema, assim podemos nos ajudar ”. Para o homem que havia perdido tudo a recompensa veio com o esforço para ficar longe da bebida. “Depois de um ano sem beber meu filho mais velho veio me procurar para saber se podia morar comigo. Foi a minha maior conquista e o maior incentivo para que eu continuasse na sobriedade. Depois eu casei novamente e meus três filhos voltaram a morar comigo”. Conta emocionado e orgulhoso. Hoje ele serve de exemplo para quem procura o grupo e ouve suas histórias, um incentivo que mostra que é possível lutar contra a doença que tanto destrói. A reunião do grupo dos Alcoólicos Anônimos de Herval d´Oeste acontece todas as segundas e sextas-feiras, das 20h ás 21h30. O local dos encontros é o antigo posto de puericultura, ao lado do pavilhão Sr. Bom Jesus. Na próxima reportagem o desafio e o preconceito sofrido pelas mulheres que querem larga o vício. Para elas é muito mais difícil buscar a ajuda necessária.


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