
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina apresentou nesta terça-feira (03) os resultados da Pesquisa Fecomércio de Turismo – Carnaval 2012. O estudo foi divulgado durante edição do Painel Fecomércio Debate, aberto ao público, na sede da federação.
Após a apresentação dos números, houve debate da Pesquisa Fecomércio com o assessor de Turismo da presidência da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, Leonardo Fonseca; com o presidente da Câmara Empresarial de Turismo da Fecomércio, João Eduardo Moritz; com o vice-presidente de Turismo da Fecomércio, Emílio Schramm; e o presidente da Santur, Valdir Walendowsky. A coleta de dados para a Pesquisa Fecomércio de Turismo – Carnaval 2012 ocorreu entre os dias 18 e 23 de fevereiro, nas cidades de Florianópolis, São Francisco do Sul, Laguna e Joaçaba, onde foram ouvidos 2.145 turistas, 532 estabelecimentos comerciais e 62 hotéis. Perfil do turista Nos quatro destinos pesquisados predomina o equilíbrio de gênero. Tanto homens quanto mulheres compõem o perfil turístico do carnaval catarinense. Eles são na maioria jovens e adultos, solteiros, e de classe média. Em Florianópolis (33,70%) e São Francisco do Sul (29,80%), por exemplo, predominam as idades entre 31 e 40 anos. Já em Joaçaba (34,70%) a faixa etária mais verificada foi de 18 a 25 anos, e em Laguna (39,30%) a maior parte dos turistas têm de 26 a 30 anos. Em todas as cidades houve maior registro de pessoas solteiras, exceto em Florianópolis, onde a maioria (51,3%) é casada ou está em uma relação estável. Chama atenção a ascensão do turismo na classe média, que representa maioria em todos os destinos pesquisados neste carnaval. Em Florianópolis eles são 64,1%; em São Francisco do Sul somam 59,2%; em Laguna abrangem 43,8%; e em Joaçaba 36,2%. Dentre os motivos apontados para a escolha do roteiro estão as praias e belezas naturais e as comemorações de carnaval. Florianópolis (78%) e São Francisco do Sul (73%) destacaram-se pelas opções de lazer. Enquanto Laguna (78%) e Joaçaba (74%) foram escolhidas pela tradição carnavalesca. Nas quatro cidades pesquisadas, para chegar ao seu destino, a maioria dos turistas usou o carro como meio de transporte e viajou em família ou entre amigos. Destaque também para Florianópolis, que teve 25% das respostas com referência ao aeroporto e viagens de avião. Em todas as regiões a avaliação dos turistas foi positiva. Florianópolis teve 96% de aprovação. São Francisco do Sul registrou 85%. Laguna teve 94%. E Joaçaba alcançou os 93%. Na maioria das vezes, para aqueles que não gostariam de retornar, o motivo é conhecer outros lugares. Impacto econômico Para o setor empresarial o feriado de carnaval teve impacto econômico significativo. Empresários das quatro cidades pesquisadas avaliaram o movimento percebido na data como bom. A opção foi escolhida por 42% dos lojistas em Florianópolis, 51% dos de São Francisco do Sul, 56% dos de Joaçaba, e 85% dos de Laguna. Para atender a demanda específica, todos contrataram colaboradores temporários. Apesar do grande movimento, não houve diferenças em relação ao carnaval de 2011. Apenas empresas de Florianópolis (62%) registraram alta na movimentação de consumidores. Nas demais cidades as visitas aos estabelecimentos comerciais se mantiveram estáveis. Ainda assim, houve alta no faturamento das empresas em Florianópolis (7,5%), em São Francisco do Sul (2,6%), e Laguna (1,4%). Apenas Joaçaba registrou queda. De 6,82. A média de gastos por cliente atingiu os R$ 145,37 em Florianópolis; R$ 101,43 em Laguna; R$ 79,60 em Joaçaba; e R$ 78,53 em São Francisco do Sul. Rede hoteleira Para os hotéis especificamente, o carnaval teve desempenho semelhante. Foi rentável para alguns e dentro da média para outros. Nestes estabelecimentos também foi preciso contratar novos funcionários para atender a demanda da época. Laguna (93%), Joaçaba (67%) e São Francisco do Sul (43%) avaliaram o movimento como bom. Em Florianópolis a opção de avaliação predominante foi muito boa (51%). Na percepção de movimento, houve alta em Florianópolis e São Francisco do Sul. Apesar disso, houve incremento no faturamento de 9% nos hotéis de Florianópolis e de 11% nos de São Francisco do Sul. Ainda pequena alta de 0,09% em Joaçaba e saldo negativo de -6% em Laguna. A média de dias de permanência do turista foi maior em Florianópolis (4,83 dias), seguida por Joaçaba (4,12 dias), por Laguna (3,79 dias) e por São Francisco do Sul (3,43 dias). O gasto médio registrado por pessoa com hotelaria foi de R$ 370,31 em Florianópolis; de R$ 197,14 em Laguna; R$ 141,25 em Joaçaba; e de R$ 122,14 em São Francisco do Sul. A ocupação da rede hoteleira foi quase total em Laguna (91%). Em Joaçaba 87% dos leitos estiveram ocupados. Na capital foram 79% de lotação. E em São Francisco do Sul a taxa de ocupação foi de 65%. Avaliações Além de traçar um perfil do visitante e dimensionar a movimentação e os lucros do comércio de bens, serviços e turismo, os debatedores do painel Fecomércio lembraram que os dados do levantamento oficial são fundamentais para identificar o potencial turístico das regiões pesquisadas e suas particularidades. Leonardo Fonseca, assessor de Turismo da CNC, apontou que o carnaval é a oportunidade ideal para quem não pôde programar férias de verão e quer viajar com a família, o que garante espaço ao turismo nas praias, sempre procuradas. Na tentativa de estimular as potencialidades diversas das quatro cidades pesquisadas, o presidente da Câmara de Turismo da Fecomércio, João Eduardo Moritz, sugeriu que sociedade e poder público identifiquem, com base nas características predominantes de cada localidade, quais os caminhos que o turismo deve seguir em época de carnaval. Para ele cada município tem esse papel. Na mesma direção, o presidente da SANTUR, Valdir Walendowsky, explicou que uma vez definida a identidade turística de cada região, o governo estadual terá papel propagador e incentivador, através de publicidade e medidas oficiais. Walendowsky lembrou ainda que Santa Catarina é o segundo destino internacional mais procurado quando o assunto é lazer. Já o vice-presidente de Turismo da Fecomércio, Emílio Schramm, preocupou-se em ampliar a discussão para o campo da profissionalização dos setores, principalmente o de serviços. Uma vez que toda a cadeia produtiva – hotéis, transportes, alimentação, bens e serviços – lucra com a visita de turistas.
Nos siga no
Google News