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Fila gigante é formada para cadastro de medula a menina que ‘não aguenta mais quimio’

Fila gigante é formada para cadastro de medula a menina que 'não aguenta mais quimio'

Éder Luiz

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Mais de 1,6 mil pessoas formaram uma fila para se cadastrar como doador de medula óssea para ajudar a moradora de Tatuí (SP), Júlia Abrame de Oliveira, de apenas 6 anos, que foi diagnosticada com leucemia há quatro anos, disse ao G1 a mãe da menina, Adriana Cristina Delalori Abrame de Oliveira.

O mutirão foi organizado neste sábado (28) no Centro Médico de Especialidades Médicas (Cemem) por uma amiga de Adriana, que é enfermeira, e se sensibilizou pela história da menina, que busca um doador após os médicos informarem que nem a irmã é compatível para o transplante. Porém, segundo Adriana, o número de cadastro ultrapassou as expectativas. Ainda segundo Adriana, além das pessoas que se castraram, cerca de 400 pessoas foram dispensadas, pois havia acabado os kits para coleta de sangue. “A campanha estava prevista para acabar às 17h, mas soubemos que antes desse horário já havia acabado os kits e então tiveram que dispensar as pessoas que estavam na fila. Por conta disto, uma nova campanha será organizada, porém ainda não temos uma data marcada”, explica. Com o cadastro realizado, o sangue coletado vai para um laboratório que fará os procedimentos necessários para inserir os voluntários no cadastro nacional de doadores. Eloisa Maria Soares, de 47 anos, ficou sabendo da campanha pelas redes sociais e ,comovida com a história da criança, decidiu se cadastrar. 1 em 100 mil Júlia foi diagnosticada com leucemia quando tinha apenas 2 anos, desde então começou a fazer o tratamento, e agora precisa do transplante de medula óssea para continuar com as sessões de quimioterapia e radioterapia. “Ao longo dos anos, com a quimioterapia e radioterapia, a medula da Júlia passou a não aguentar mais, tanto que ela não tem conseguido mais recuperar o funcionamento da medula no pós-quimioterapia. Quando ela recomeçou a fazer o tratamento ficou internada com a medula totalmente zerada nas funções. Nos informaram, então, sobre a necessidade do transplante e soubemos que a irmã mais nova, que tinha grandes chances de ser a doadora, não era totalmente compatível. Foi aí que começamos a incentivar o cadastro de doador de medula para achar alguém”, conta a mãe da menina. Segundo a oncologista Luíza Milare, que acompanha o tratamento da garota no Hospital do Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (Gpaci), em Sorocaba (SP), a chance de encontrar um doador fora da família é de 1 em 100 mil . Por isso, a importância de incentivar o cadastro de doadores de medula. “Sempre quando apontamos o transplante, procuramos saber a compatibilidade nos irmãos. Há 25% de chance do irmão ser 100% compatível, 50% de chance de ser metade e 25% de não ser. No caso da Júlia, a irmã dela, de 4 anos, é metade compatível. Já a chance fora da família é uma em 100 mil. Ela precisa do transplante para continuar com o tratamento, já que não responde mais com as sessões de quimio”, explica a oncologista. Para Adriana, o maior sonho de todos da família é que o doador seja encontrado. “A nossa esperança que nesse mutirão consigamos achar um doador. Temos fé que iremos achar e que tudo dará certo. Ela não pode esperar. Já está bem debilitada. Ela está em um banco nacional e também no internacional, mas nada até agora. O tratamento com quimioterapia pra ela já é inviável, já que a medula dela está cansada e há um excesso de droga no corpo. Temos que achar alguém”, diz a mãe. Ainda de acordo com a mãe, Júlia também acredita que tudo dará certo. “Ela é muito forte e apesar de tão nova e inocente, ela tem muita fé. Em todos esses dias difíceis que temos vivido, sempre ela tira uma de dentro dela que me fortalece. Ela diz: ‘mãe, eu vou vencer porque eu tenho Jesus e Ele é o médico dos médicos’. Fala sempre isso”, ressalta Adriana. Fonte: G1


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