Filha que torturava o pai é presa em Videira

Na manhã de ontem(25), a Polícia Civil de Videira cumpriu o mandado de prisão cautelar contra a dona-de-casa Dalila Alvez Sampaio, 54 anos. Ela é acusada de torturar o seu próprio pai, Saule Domingos Conte, de 74. Devido à gravidade dos maus tratos, o Ministério Público pediu a sua detenção até que o caso seja investigado.

No último dia 20, Conte foi até a Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI), acompanhado de um vizinho para prestar queixa contra sua filha, que desde o início do ano estava morando em sua casa e, sem motivos, vinha lhe agredindo todos os dias. A partir da denúncia, foi instaurado inquérito para iniciar as investigações. Segundo o delegado André Bermudez Pereira, o idoso tentou amenizar as agressões da filha, mas vizinhos relataram que a tortura era freqüente. Tanta, que ele, mesmo com 74 anos, mal conseguia andar. Antes da chegada da filha, segundo relatos dos vizinhos, ele era forte e cuidava do jardim, além de desempenhar outros trabalhos na casa. Com a chegada da filha, ele passou a receber, por exemplo, chutes nas partes íntimas e nas pernas, o que aos poucos foi lhe deixando debilitado. “Ele nos relatou que a filha o batia muito nele e também chutava suas partes íntimas, machucando muito sua virilha e suas pernas também. Estamos investigando uma possível troca proposital de seus remédios, o que fez com que ele fosse hospitalizado na semana passada, só saindo somente hoje (ontem) do hospital”, explica o delegado. A filha presa acompanhava o pai quando recebeu voz de prisão, que está embasada na lei de tortura - usada quando alguém sofre violência ou ameaça, com sofrimento intenso. Dalila foi encaminhada à Unidade Prisional Avançada (UPA) de Videira. Segundo o delegado, as investigações iniciaram com o Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas), que já vinha acompanhando o caso e o repassou a delegacia. Segundo testemunhas, a mulher já tem histórico de atitudes violentas. “Vizinhos contaram que ela era agressiva com a sua mãe, que já é falecida. Segundo relatos ela também a agredia, assim como faz com o pai”, explicou. Dalila foi morar com o pai no início do ano, pois segundo o seu depoimento, não tinha onde morar e como o pai é idoso e precisava de alguém que o cuidasse, optou por viver com ele. Ela negou, entretanto, as acusações de maus tratos. “Temos 10 dias para concluir as investigações e finalizar o inquérito policial, que será encaminhado para a promotoria e assim o ministério Público vai representar contra a acusada”. Se a acusada for condenada sobre a lei de tortura ela deve pegar oito anos de prisão, podendo ser aumentada em um terço a um sexto da pena. Denuncie A polícia pede para que a comunidade, caso tenha conhecimento de casos semelhantes ou saiba de outras vítimas, que denuncie através do telefone 181. Não é preciso se identificar e todas as informações são averiguadas.