
Há algumas semanas o Jornal Diário do Vale, de Joaçaba, por meio de denúncias apontou irregularidades envolvendo taxistas da cidade, uma delas sobre agressão a uma mulher. Depois da divulgação o jornal foi procurado pela mulher de iniciais C.A, de 29 anos, na última semana. A mulher relatou que teria sofrido agressões e ameaças do taxista há três semanas. Ela relata que é garota de programa há mais de cinco anos e que foi apresentada ao taxista. “Fomos apresentados e depois ele me procurou solicitando um programa. Nossa relação foi somente isso, eu “prestei” um serviço a ele, ele pagou e nada mais”, diz.
A garota afirma que depois do primeiro encontro o taxista teria passado a persegui-la. “Ele dizia que queria ficar comigo, se casar, mas eu nunca quis nada que envolvesse sentimento com ele. Nós nos conhecemos há três anos e desde então ele está me perturbando”, ressalta. C.A afirma que ela nunca tinha sofrido agressões físicas ou maus tratos de nenhum outro cliente. “Eu nunca tive problemas com os meus clientes. Desde que eu comecei a trabalhar nesse ramo, os meus clientes são os mesmos e nunca tive problemas. Porém depois que conheci esse rapaz ele passou a me ameaçar”, comenta. Ela relata que o agressor invadiu sua casa. “No início foram só ameaças, uma semana antes das agressões ele tinha me falado que me mataria enquanto eu dormia. Em numa sexta-feira à noite eu sai para jantar na casa de uma amiga. Quando voltei para casa percebi que a janela do meu quarto estava diferente, meio aberta. Comecei a olhar para ver se tinha alguém e ele estava embaixo da cama. E me disse “Eu falei que ia te pegar vagabunda” e jogou spray e pimenta no meu olho. Eu fiquei tonta e ele começou a me agredir. Levei muitos socos na cabeça e consegui chamar socorro. Foi quando ele fugiu”, diz. A garota afirma que registrou vários boletins de ocorrência e solicitou uma medida protetiva, porém a mesma não foi concedida. “Eu solicitei uma medida protetiva, mas foi recusada. Estou com muito medo, tenho uma filha de um ano e oito meses. O taxista já ameaçou de fazer alguma coisa contra ela também”, afirma. A jovem, C.A. também guarda mensagens de texto no celular enviadas pelo agressor, fazendo ameaças. Ela relata que ele liga frequentemente para sua casa, ameaçando-a, e trocou várias vezes o chip do celular para que ela não reconheça o número. O delegado Maurício Pretto afirma que a moça já registrou alguns boletins de ocorrência contra o taxista. “Ela já registrou três boletins de ocorrência contra esse rapaz. No último solicitou medida protetiva, mas o juiz não considerou, pelo fato dela ser garota de programa. A profissão que ela escolheu a expõe em alguns riscos. Como ela não tem vínculo com nenhum dos homens que sai, não temos como oferecer a medida protetiva”, explica. “Essa medida cabe nos casos em que o marido ameaça a esposa ou a mãe ameaça um filho”, afirma. “O caso dela está na justiça e será julgado como deve, não estamos omitindo nenhum direito dessa moça, fizemos tudo que a lei determina e estamos aguardando as providências legais encaminhadas pelo juiz”, complementa. Nossa redação foi procurada diversas vezes pelo suposto agressor que nega as acusações. Mesmo a reportagem não tendo citado nomes o taxista se identificou e disse que tomará providências para esclarecer o fato. O presidente do Sindicato dos Condutores de Veículos Autônomos e Rodoviários de Joaçaba e região, Ademar Augusto Belotto popularmente conhecido como Japão, lamenta que esses fatos estejam acontecendo e pede mais fiscalização por parte das autoridades responsáveis. “Esse é o tipo de situação que prejudica a classe. Pedimos mais atenção por parte das autoridades quando forem conceder a licitação e os pontos para os taxistas”, ressalta.
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