Golpe em Joaçaba pode ter rendido quase R$ 500 mil
Na semana que passou policiais civis de Joaçaba prenderam em flagrante um estelionatário que se passava por procurador da Justiça Federal.
Na semana que passou policiais civis de Joaçaba prenderam em flagrante um estelionatário que se passava por procurador da Justiça Federal. Ele aplicou um golpe que lesou um empresário em aproximadamente R$ 135 mil. Gilmar Antônio da Silva Ribeiro, de 50 anos, já era conhecido da polícia por outros golpes. Tão logo a notícia foi divulgada o Portal Éder Luiz.com recebeu vários e-mails e até mesmo um telefonema de uma pessoa que não quis se identificar, mas relatou que outro golpe maior do que o descoberto poderia ter sido aplicado aqui mesmo em Joaçaba.
De posse das informações o Portal entrou em contato com a suposta vítima, que concordou em conceder uma entrevista para contar o que aconteceu ao longo de cinco anos, período no qual quase todos os bens da família foram retirados por Gilmar e um por um homem que seria um provável comparsa e que viveu com a vítima.
Primeiro encontro em uma igreja
A empresária, que prefere não ter o nome revelado, contou que conheceu o amigo de Gilmar no ano de 2007 em um local que não levantaria qualquer suspeita. “Conheci ele dentro da igreja aqui em Joaçaba e começamos a manter um relacionamento. Era um homem de uns 56 anos. Ele disse que morava em Curitiba, mas que teria um motivo para vir a Joaçaba”.
O motivo apontado pelo homem seria ajudar Gilmar a receber uma herança milionária que ele conquistou após salvar um empresário de Chapecó que estaria a beira da morte após um acidente. “Ele falou que o Gilmar salvou esse empresário e que no acidente morreram a mulher dele e o motorista. Um dia o Gilmar recebeu uma carta dizendo que ele teria que ir ao fórum de Chapecó, mas não descrevia o que seria. Ele teria chegado lá e então deram a notícia desta herança. O Gilmar não revelou o valor, mas para um parente meu prometeu uma parte, que seriam R$ 5 milhões. Claro, isso se ele ajudasse com um empréstimo para pagar taxas de liberação”.
As taxas de liberação, um expediente comum usado pelo golpista, seriam para pagar juízes, advogados e até mesmo desembargadores e ministros do Supremo Tribunal Federal. Tudo um golpe para tirar dinheiro das vítimas. “Esses valores variavam muito, de R$ 900,00 a R$ 3, R$ 4 mil”. Em todos os momentos quem fazia o empréstimo recebia a promessa de que em troca viria uma parte da bolada.
A falência dos negócios da família
Acreditando na boa fé do homem que dividia o mesmo teto com ela, a empresária envolveu a família e os amigos. “Investimos muito dinheiro, falimos a minha empresa”. Os parentes próximos também contribuíram e até mesmo, cita ela, moradores de comunidades do interior de Luzerna, que já estariam se organizando para denunciar o caso a polícia, mesmo depois de tanto tempo.
Os pedidos de mais dinheiro começaram a incomodar o relacionamento do casal. O homem viajava constantemente para Chapecó e Curitiba, sempre na companhia de Gilmar. Quando não estavam juntos o telefone da empresária não parava. “Um dia ele me ligou e falou que em 45 minutos eu teria que entregar pessoalmente para o Gilmar R$ 500,00. Ele falou que naquele dia mesmo a fortuna seria liberada. Quando entreguei o dinheiro para ele algo me pareceu estranho, o Gilmar não olhou nos meus olhos, passei então a desconfiar”. Deste dia em diante as brigas do casal se tornaram constantes e a empresária resolveu procurar um advogado. “O advogado me falou que havia algo de estranho e me orientou a não dar mais dinheiro a eles”.
A reação da vítima
Quando a empresária ameaçou levar o caso a polícia a reação do companheiro foi de raiva, mas também de muita dissimulação. “Ele falou então que era para eu ir a polícia. Disse que não tinha problema, que era mesmo para eu registrar um boletim de ocorrência contra ele que eu veria que tudo que falava era verdade”. Mas a polícia nunca foi comunicada.
No final de 2011 a empresária, que não aguentava mais a obsessão do companheiro pela suposta herança, resolveu dar fim ao relacionamento. Mas há aproximadamente três semanas ele fez uma nova visita á Joaçaba, alegando que queria reatar o relacionamento, desta vez sem sucesso.
Um alívio em meio ao drama
A empresária diz que neste tempo em que a família foi vítima dos golpistas a vida se tornou muito difícil. “Nós sofremos muito e continuamos sofrendo com tudo isso. Minha mãe chora até hoje”.
Mas no meio de tanto sofrimentos veio uma boa notícia. A empresária conta que ao saber da prisão de Gilmar na semana que passou sentiu um grande alívio. “Me senti muito bem quando o Gilmar foi preso. Quando via a notícia fiquei muito feliz”.
Agora, ele está disposta a contar tudo o que sabe a polícia e ajudar a esclarecer mais este golpe.
Todas as informações reveladas pela empresária ao Portal Éder Luiz.com foram repassadas a equipe de Investigação da Divisão de Investigações Criminais da Polícia Civil de Joaçaba. Quem puder colaborar pode da mesma forma procurar a polícia.
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