Greve dos bancários
A greve dos bancários entra hoje (25) no oitavo dia de paralisação e sem data para terminar.

A greve dos bancários entra hoje (25) no oitavo dia de paralisação e sem data para terminar. A greve nacional se alastra a cada dia. Na sexta-feira, (21) 9.092 agências e centros administrativos foram fechados nos 26 estados e no Distrito Federal, segundo balanço da Contraf-CUT a partir das informações passadas até as 18h pelos 123 sindicatos e dez federações que integram o Comando Nacional.
Novas agências aderiram à greve nesta segunda-feira (24). São agências do Banco do Brasil de Ibicaré, Erval Velho, Luzerna e Água Doce. As agências da Caixa Econômica de Herval d’ Oeste, Campos Novos e Capinzal, além do Banco do Brasil de Treze Tílias aderiram à paralisação ainda na última sexta-feira (21). Já a Caixa Econômica Federal de Joaçaba centro e PAB (Posto de Atendimento Bancário) da Justiça Federal, e do Banrisul de Joaçaba aderiram no primeiro dia de greve, no dia 18. E a Caixa Econômica Federal de Capinzal, e as agências do Banco do Brasil de Água Doce e Treze Tílias aderiram à paralisação no dia 19. A região de atuação do Sindicato dos Bancários do Meio-Oeste Catarinense com sede em Joaçaba abrange 20 municípios. O que totaliza cerca de 60 agências bancárias. Aproximadamente 450 funcionários são sindicalizados, mas o sindicato não divulgou o número de funcionários que aderiram à paralisação. Segundo o presidente, Ernesto Valmórbida paralisação que começou forte se consolidou, expandiu em todo país. “Diante do silêncio dos banqueiros, é fundamental intensificar a mobilização, convencer os colegas que ainda não aderiram à luta, ampliar a greve. Os banqueiros apostam na desmobilização. A resposta da categoria é uma só: greve forte para quebrar a intransigência patronal", avalia. "Continuamos mostrando nossa força e aguardando uma proposta decente dos banqueiros", enfatiza Valmórbida. Região Em Videira o Sindicato dos bancários, convocou assembleia geral da categoria no dia 21, mas não houve quórum, ou seja, os servidores não compareceram em número relevante para votação. Uma nova assembleia está marcada para a próxima terça-feira (25), no Salão Paroquial da Igreja Matriz, às 8h30. Até lá, os serviços bancários de Videira não estarão comprometidos, garantiu Bernardi. Em Ponte Serrada o atendimento bancário segue normal, tanto a Valcredi e a Cresol/Crediluz, quanto o Bradesco e o Banco do Brasil estão de portas abertas com as operações sendo efetuadas normalmente, e não há previsão de paralisação na cidade. Só os serviços oferecidos na parte interna das agências, através de um funcionário, ficarão indisponíveis. A troca de cheques não será efetuada durante esse período. O cliente vai ter que optar por fazer um depósito na conta. O pagamento de títulos vencidos também não poderá ser realizado. As lotéricas serão a alternativa de pagamento da maioria das contas e tributos. Vale lembrar que nesses estabelecimentos há limites para transações. Movimento Na terça-feira 18, primeiro dia da paralisação, 5.132 agências haviam sido fechadas, saltando para 7.324 no segundo dia e 8.527 na quinta-feira. Já no quarto dia de paralisação no ano passado, 7.865 agências haviam sido fechadas. Na reunião da última sexta, o Comando Nacional avaliou que o crescimento da greve é consistente em todo o país, principalmente nos bancos privados, e orientou os sindicatos a intensificarem a mobilização em todas as bases, de forma a forçar a Fenaban a romper o silêncio e retomar as negociações. A federação dos bancos apresentou a primeira e única proposta, com 6% de reajuste (0,58% de aumento real), no dia 28 de agosto. No dia 5 de setembro, a Contraf-CUT enviou carta à Fenaban para reafirmar que estava aberta à retomada das negociações e reivindicava a apresentação de uma nova proposta, mas até hoje não obteve resposta. Orientação Durante a paralisação, os caixas eletrônicos serão o principal meio para realizar transações. Depósitos, saques e pagamentos vão continuar funcionando normalmente. Só os serviços oferecidos na parte interna das agências, através de funcionários, ficarão indisponíveis. “Os caixas eletrônicos vão funcionar. O cliente que for à agência vai ter o caixa eletrônico disponível. Mas não vai ter atendimento ao público”, destaca Valmóbida. O Procon alerta que o consumidor deve pagar faturas, contas, boletos bancários ou outros tipos de cobrança. Com as agências bancárias fechadas, clientes podem usar os terminais de autoatendimento, que continuam funcionando e agências lotéricas. Outra orientação é que o consumidor entre em contato com as empresas para solicitar outras opções de pagamento. O pedido deve ser documentado, seja por e-mail ou número de protocolo de atendimento, para o caso de posterior reclamação. Caso o consumidor se sinta prejudicado pela greve dos bancários, pode fazer uma reclamação no Procon. Lotéricas O atendimento nas lotéricas é feito das 8h às 18h, exceto nas localizadas em estabelecimentos como shoppings e supermercados, que costumam ficar abertas até às 19h ou até o horário estipulado pelo regulamento interno dos locais. Boletos bancários da Caixa Econômica Federal podem ser pagos em qualquer dia do mês. Já as contas emitidas por outros bancos só são aceitas pelos atendentes das lotéricas se estiverem dentro do prazo de vencimento e se não ultrapassarem valores maiores do que R$ 700. No caso de saque de seguro-desemprego, PIS e FGTS, o trabalhador poderá fazer as operações em um casa lotérica ou em um correspondente bancário. Em caso de novos pedidos, a trabalhador terá que procurar uma agência aberta ou, caso não encontre, deverá entrar em contato com a Caixa para buscar uma forma alternativa. Reivindicações Os bancários reivindicam reajuste salarial de 10,25% (aumento real de 5%), piso salarial de R$ 2.416,38 (atualmente é R$ 1,4 mil), participação nos lucros e resultados e outros benefícios. A proposta oferecida na semana passada pela Fenaban foi 6% de reajuste salarial. Por não ser considerado um serviço essencial, o atendimento bancário não é obrigado pela legislação a oferecer uma quantidade mínima de agências abertas. A compensação bancária, único serviço que não pode sofrer interrupção, em geral é terceirizado pelas instituições. A categoria realiza a 10 anos paralisações consecutivas pedindo melhorias de trabalho e reajuste salarial. No ano passado, a greve da categoria durou 21 dias. Segundo dados da Contraf-CUT, os seis maiores bancos, que empregam mais de 90% da categoria, lucraram R$ 25,2 bilhões no primeiro semestre deste ano.
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