
Na última quinta-feira, 21, o presidente da Fecesc (Federação dos Trabalhadores no Comércio no Estado de Santa Catarina) Francisco Alano e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Centros de Formação de Condutores no Estado de Santa Catarina (Sintrauto-SC), Adalto Galvão Paes Neto participaram de reunião com sindicalistas e classe patronal em Joaçaba para se chegar a um acordo coletivo. A reunião aconteceu na sede do Sindicato dos Empregados no Comércio e teve a presença de apenas sete instrutores de duas autoescolas de Joaçaba e de apenas um proprietário de autoescola.
"Trouxemos nossos argumentos e viemos intermediar uma negociação entre empregado e empregadores. Mas como em todo estado, poucos empregadores estão interessados. Nenhuma classe gostar de paralisar os trabalhos, mas pode ser a única forma de trazer a classe patronal para a negociação”, destacou Francisco Alano. Conforme o presidente do Sintrauto, Adalto Galvão Paes Neto durante a reunião foi definida que uma manifestação será realizada na próxima segunda-feira (25). “A partir das 10h, estaremos na Praça Adolfo Konder, em frente a Prefeitura de Joaçaba, onde os sindicalistas realização uma paralisação, para sensibilizar a classe patronal e a sociedade”. A manifestação terá presença de representantes da Sintrauto-SC e dos sindicalistas que apoiam a greve da categoria, além da distribuição de material informativo sobre o movimento. Adalto ainda destaca que nenhum acordo foi fechado com a classe patronal. “Apenas repassamos ao único proprietário de autoescola, que participou da reunião, a proposta salarial da categoria de R$ 2,2 mil e mediamos um possível piso salarial de R$ 1,6 mil”, destaca. “O empresário ficou de nos repassar uma contraproposta, que nos dará meios de negociar também com outros membros da classe patronal”. Segundo a categoria, a prática da venda de carteiras de motoristas abaixo do estabelecido pelo Detran, é uma prática muito comum em Joaçaba. Atualmente o valor mínimo estipulado pelo Detran para as pessoas fazerem a CNH é de R$ 1.467,00 (carro e moto) e R$ 1.115 (carro) com o reajuste de 12% o valor passa a ser R$ 1.643,00 e R$ 1.248,00 respectivamente. “Mas a prática dos proprietários de autoescolas, é negociar o valor da carteira, e fazer até abaixo do R$ 1 mil. Uma prática desleal entre autoescolas além de crime”, salienta Adalto. “Com a implantação da biometria, sistema que atesta presença de alunos por impressão digital, se pretende impedir fraudes na emissão das carteiras. Hoje as aulas teóricas já possuem este sistema, em breve os carros deverão receber este controle”, diz. Ainda segundo Adalto, esta a diminuição do valor de carteira, está diminuição de aulas. Como por exemplo, um aluno precisa de 20 aulas práticas. Na hora da venda da carteira, o valor é reajustado com menos aulas. “Estes ajustes, serão levados ao Ministério Público. Já estamos juntando documentos para provar a prática ilegal cometida por muitos proprietários de autoescolas”, salienta. Trabalhadores de outras cidades como Chapecó, Criciúma, Blumenau, Joinville e Lages já estão em greve. Os motivos vão da questão salarial a carga horária de trabalho excessiva. Os instrutores deveriam trabalhar apenas 8 horas por dia, somando 44 horas semanais, e segundo a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) apenas direito a 2 horas extras. Hoje os instrutores trabalham diariamente de 14 a 16 horas. O sindicato fundado em 2008 possui em todo estado seis mil funcionários de CFC sindicalizados. Só na região de Joaçaba que abrange mais de 30 municípios, são aproximadamente 1500 funcionários e instrutores de cerca de 60 autoescolas. Apenas no município de Joaçaba existem cinco CFC, que somam 50 funcionários. Para se ter uma ideia, apenas um carro parado, sem estar sendo utilizado pelo instrutor em aulas, pode acabar no cancelamento de até 20 aulas em um único dia.
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